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Banqueiros acreditam que o setor é estável. Não deverá haver novos bancos

O sistema bancário em Portugal tem sido estável desde há duas décadas e a estrutura do mercado não deverá sofrer alterações. No entanto, banqueiros antevêem mudanças no modelo de negócio.
  • Cristina Bernardo
29 Novembro 2018, 22h38

A consolidação do setor bancário foi um dos temas abordados na Mesa Redonda “O Estado da Nação – O Caminho para a Rentabilidade”, que se realizou esta quinta-feira, no Fórum Banca 2018, uma conferência organizada em conjunto com o Jornal Económico e a consultora PwC. Haverá espaço para novos bancos no setor bancário português? Foi esta a questão colocada aos banqueiros nacionais presentes pelo diretor do Jornal Económico, Filipe Alves, que moderou o debate.

Lembrando a sua experiência na banca portuguesa, o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, justificou que o sistema bancário português é relativamente estável. “Chegámos a uma altura em que cinco bancos portugueses controlavam 75% do mercado bancário em Portugal. Passados  25 anos, já houve inúmeras transações (como a venda do Grupo Champalimaud), e ainda assim cinco entidades mantêm cerca de 75% a 80% da quota de mercado”, lembrou o CEO. “Esta é uma estabilidade sustentada no sistema de consolidação português”.

António Ramalho é da opinião que estabilidade do sistema bancário português compara bem com o caso do mercado espanhol, no qual os cinco maiores bancos controlam  cerca de 55% a 60% da quota de mercado. Mas realçou o surgimento de “uma segunda linha de bancos muito interessantes do ponto de vista da concorrência”.

Não será a estrutura de mercado que irá sofrer grandes alterações; serão os bancos a alterar a forma como atuam no mercado. Neste contexto, António Ramalho referiu que “a banca universal como a conhecemos, de alguma maneira tem os dias contados, se não está morta já. O que vai acontecer é que vamos encontrar os nossos próprios modelos de diferenciação”. A banca vai ter de encontrar áreas e focos de rentabilidade dentro de ecossistema que permite um conjunto de geometrias muito variáveis, defendeu Ramalho.

Questionado sobre a possibilidade de novas fusões no setor bancário em Portugal, o presidente do Millennium bcp, Miguel Maya, respondeu que é uma questão que passa à margem da estratégia de crescimento do banco que dirige. A preocupação do BCP é “agilidade e rentabilidade e não dimensão”, sublinhou. O banqueiro lembrou depois que a compra do EuroBank, na Polónia, aconteceu para o banco ficar mais próximo dos clientes e não para ganhar mais dimensão.

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