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BBC: Roupa da Zara e Mango feita por crianças refugiadas

Uma investigação levada a cabo pela BBC Panorama revela que há fábricas turcas a recorrerem ao trabalho de crianças para grandes marcas mundiais de roupa. Estas desconhecem qualquer situação de exploração.
24 Outubro 2016, 11h44

Uma investigação levada a cabo pela BBC Panorama revela que há fábricas turcas a recorrerem ao trabalho de crianças e adolescentes refugiados, na sua maioria sírios, para grandes marcas mundiais de roupa.

A investigação, que será exibida esta segunda-feira à noite na BBC, mostra que antes de a roupa chegar ao Reino Unido, os refugiados, alguns com 15 anos, confecionam as peças e passam-nas a ferro. Na Turquia as crianças refugiadas chegam a trabalham 12 horas diárias com salários precários – cerca de uma libra por hora (1,12€) – bem abaixo do salário mínimo turco.

Ao canal de televisão britânico, um dos adolescentes refugiados afirma que há situações de maus tratos dentro das fábricas, “se alguma coisa acontecer com um dos sírios, eles [gestores da fábrica] vão deitá-lo fora como um pedaço de roupa”.

A maioria dos refugiados não têm autorização de trabalho e muitos deles estão a trabalhar ilegalmente na indústria de vestuário turca.

Segundo a BBC, esta é uma situação recorrente nas fábricas que produzem para a Marks & Spencer, Mango, Zara e ASOS (uma loja online). As marcas desconhecem qualquer situação de exploração ou ilegalidade e afirmam que estão apenas a oferecer “emprego legal e permanente aos sírios”.

O número de refugiados sírios a passar a fronteira da Turquia tem vindo a aumentar devido à escalada de violência no norte da Síria. Estima-se que sejam mais de três milhões de refugiados.

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