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BCE alerta para “efeito dominó” no sector financeiro devido à banca sombra

De acordo com o jornal “Cinco Días”, os dados mostram que os credores da zona euro recorrem à chamada “banca sombra” – um sistema bancário paralelo – em cerca de 14% do seu financiamento.
31 Maio 2023, 09h29

O Banco Central Europeu (BCE) lançou um alerta sobre os perigos que a banca tradicional enfrenta devido ao crescimento das instituições não bancárias, a chamada banca sombra. Em causa estão atividades de intermediação ou de financiamento fora do sistema bancário regulado.

De acordo com o “Cinco Días”, os dados publicados mostram que os credores da zona euro recorrem a estas entidades – que incluem fundos de pensões, seguradoras e hedge funds em cerca de 14% do financiamento obtido, o que revela que o sector está exposto a uma potencial turbulência nestas áreas que não são alvo de supervisão.

Os depósitos não garantidos constituem a maior parte dos passivos da banca sombra, seguidos pelos títulos de dívida. Isto afeta particularmente os maiores bancos. Em concreto, os cinco maiores bancos da zona euro representam cerca de 15% da exposição total a empréstimos e títulos e as 13 maiores instituições representam mais de 80%. Este grupo inclui os oito bancos sistémicos da zona euro.

As autoridades mundiais têm intensificado o debate sobre como regular estas entidades depois da tensão no início da pandemia, o colapso da Archegos Capital Management em 2021 e a quebra no mercado de dívida britânico no ano passado.

O BCE destaca o potencial de contágio num período que tem sido marcado pelo colapso de vários bancos norte-americanos e pela crise no Credit Suisse, o que despertou dúvidas sobre a resiliência do sistema financeiro para resistir à pressão provocada pela subida das taxas de juro.

Embora os depósitos do sistema bancário paralelo sejam mais reduzidos em comparação com os dos clientes empresariais dos bancos tradicionais, o BCE refere que “podem ser particularmente vulneráveis” a mudanças nas condições de mercado. Por outro lado, a banca sombra detém 28% dos títulos de dívida na zona euro.

O banco central liderado por Christine Lagarde não é o único a avisar para os riscos da banca sombra. Também o Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçou os alertas, numa altura em que os fundos de pensões, seguradoras e hed­ge funds gerem 50% dos ativos financeiros globais. De acordo com o FMI, a estabilidade financeira global depende da resistência dos bancos paralelos ao aumento dos juros.

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