O Banco Central Europeu (BCE) admitiu ontem, terça-feira, que pode ter prejuízos este ano fruto de uma década de impressão de dinheiro. A notícia é avançada pela “Reuters”.
Vítima das suas decisões de política monetária expansionista, o BCE explicou que os prováveis prejuízos em 2022 se devem à subida das taxas de juro, que encarece a remuneração dos 5 biliões de euros que os bancos comerciais têm depositados nos bancos centrais.
“Os lucros vão baixar e poderemos até registar prejuízos”, admite o BCE num comunicado publicado no seu site.
Na Política Monetária Expansionista, o Banco Central aumenta a oferta de moeda em circulação no país e reduz as taxas de juros com o objetivo de melhorar o desempenho da economia por meio do aumento do poder de compra para incentivar o consumo.
Os instrumentos de estímulo, utilizados durante vários anos quando a inflação era demasiado baixa, são agora suscetíveis de empurrar o BCE e alguns dos seus acionistas, tais como os bancos centrais da Alemanha, Holanda e Bélgica, para prejuízos. A “Reuters” salienta que são os bancos centrais dos países com contas públicas mais saudáveis, como da Alemanha e Países Baixos, os que deverão ser mais penalizados com a inversão da política monetária, sendo mesmo possível que recorram a dinheiro dos contribuintes para se capitalizarem.