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BCE vê recessão de 2,2% no quarto trimestre e “recuperação marginal” no arranque de 2021

O ‘staff’ do Banco Central Europeu atualizou esta quinta-feira as projeções económicas até 2023 e está menos pessimista em relação à quebra do crescimento do PIB da zona euro para este ano, mas antecipa uma recuperação mais lenta da economia em 2021. Inflação continua sob pressão e taxa de desemprego foi revista em baixa.
10 Dezembro 2020, 15h49

O Banco Central Europeu (BCE) atualizou esta quinta-feira as projeções macroeconómicas da zona euro e antecipa agora uma menor recessão para este ano, mas seguida de um ritmo menos acelerado da recuperação económica, que deverá ter início em 2021.

Para 2020, “é esperado que o PIB real contraia 2,2% no quarto trimestre e que recupere apenas de forma marginal no primeiro trimestre de 2021”, aponta o staff do BCE numa nota que acompanha as novas projeções económicas.

Comparando com as projeções de setembro, o BCE antecipa agora uma recessão menos acentuada nos três cenários com que costuma balizar a política monetária. No cenário base, a recessão foi revista em baixa, esperando-se agora uma quebra do crescimento económico de 7,3%, menos sete pontos base por comparação com as projeções de setembro. No cenário moderado, a recessão será de 7,2%, em linha com as projeções anteriores e, no cenário severo, a recessão é de 7,6%, manifestamente abaixo do que tinha sido previsto em setembro, que apontava uma queda do PIB da zona euro de 10%.

Para 2021, o BCE antecipa uma recuperação da economia da zona euro menos acentuada no cenário base atualizado, projetando uma expansão de 3,9%, abaixo de uma recuperação de 6% prevista em setembro. No cenário moderado, a atividade económica deverá retomar de forma menos acelerada, estimando-se agora uma recuperação de 6%, face aos 8,9% das projeções anteriores. E, no cenário severo, o BCE não alterou muito as previsões, antecipando uma ligeira recuperação de 0,4%, um ponto base abaixo das projeções de setembro.

Para o ano seguinte, as novas projeções do BCE são mais otimistas em relação às projeções anteriores, estimando agora uma recuperação de 4,2% no cenário base, de 4,3% no cenário moderado e de 3% no cenário severo. Para 2022, a recuperação da economia agora antecipada é bastante superior ao que tinha sido previsto em setembro, à exceção do cenário mais adverso.

As novas projeções vão até 2023 — as anteriores acabavam em 2022. O staff do BCE antecipa um rescimento do PIB da zona euro de 2,1% em 2023 nos cenários base e moderado, e de 2,9% no cenário adverso.

Inflação continua sob pressão

Até 2023, o BCE não deverá conseguir executar o seu mandato de estabilidade de preços, que visa colocar a taxa de inflação perto, mais abaixo dos 2%.

No cenário base, o BCE antecipa para este ano uma taxa de inflação de 0,2%, seguindo-se uma subida para 1% em 2021, 1,1% no ano seguinte e 1,4% em 2022.

No cenário moderado, a taxa de inflação em 2023 deverá permanecer abaixo dos 2%, fixando-se nos 1,5%, o que é a taxa de inflação mais elevada projetada atualmente.

No extremo oposto, no cenário mais adverso, a taxa de inflação não supera os 1% entre 2020 e 2023, partindo de 0,2% e subindo gradualmente até 0,8%.

BCE mais otimista em relação ao emprego

A taxa de desemprego deverá atingir os 8% na zona euro de acordo com o cenário base das novas projeções económicas. Comparando com as projeções de setembro, trata-se de uma melhoria de cinco pontos base.

Até 2023, no mesmo cenário, o BCE está mais otimista agora do que estava em setembro no que diz respeito a este indicador. Assim, no próximo ano, a taxa de desemprego deverá subir para 9,3% (contra 9,5% em setembro), baixando depois para 8,2% em 2022 (contra 8,8% em setembro) e fixando-se em 7,5% em 2023.

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