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BCE aplica maior subida de juros da sua história com 75 pontos base

A subida da inflação em agosto empurrou o mercado para uma subida de 75 pontos, algo que o BCE confirmou esta quinta-feira, colocando a taxa de referência nos 1,25%.
8 Setembro 2022, 13h15

Alinhando com a alteração recente das expectativas do mercado, o Banco Central Europeu (BCE) optou esta quinta-feira por subir os juros em 75 pontos base (p.b.), uma decisão historicamente hawkish para a autoridade monetária europeia, que decreta assim a maior subida de juros da história da moeda única.

A taxa de juro de referência fica assim nos 1,25%, o valor mais elevado desde novembro de 2011.

Uma subida em setembro era um dado adquirido, dada a normalização em curso da política monetária, mas a leitura da inflação em agosto (que voltou a subir, chegando aos 9,1%, segundo a estimativa rápida do Eurostat) colocou maior pressão no banco central para agir fortemente na limitação da subida de preços.

Na mesma linha, o comunicado do banco refere que “são expectáveis novas subidas, porque a inflação continua demasiado alta e assim deve continuar por mais algum tempo”.

Por outro lado, Isabel Schnabel, membro da Comissão Executiva do BCE, havia dado fortes sinais no mesmo sentido no encontro anual da Reserva Federal dos EUA, realizado no final de agosto em Jackson Hole, Wyoming. Schnabel admitiu que os bancos centrais haviam sido lentos a reconhecer e, depois, a atuar no fenómeno dos preços, o que aumentou a necessidade de uma ação “rápida e eficaz” agora.

Ainda assim, havia dúvidas quanto a esta decisão, dado o peso que a subida de juros terá no crescimento da zona euro, que já sofrerá com a crise energética em que a Europa está mergulhada. Vários indicadores apontam para uma deterioração evidente das perspetivas económicas, mas os dados relativos ao segundo trimestre foram mais positivos do que o esperado, dando alguma folga aos membros mais agressivos do BCE.

Também esta quinta-feira, o banco atualizou as suas projeções macroeconómicas para este ano e os próximos, revendo em alta o crescimento de 2,8% para 3,1%, mas com a inflação a subir mais do que inicialmente previsto, devendo chegar aos 8,1% em 2022 (a anterior projeção apontava para 6,8%).

A decisão sobre as taxas de juro tem em linha de conta um “abrandamento substancial” da atividade nos próximos meses, com o BCE a admitir uma estagnação na segunda metade deste ano e no primeiro trimestre de 2023. A incerteza continua a ser dos principais obstáculos, levando a autoridade monetária a reforçar o seu compromisso com uma política dependente dos dados que forem surgindo, lê-se no comunicado.

[notícia atualizada às 13h33]

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