O Banco Central Europeu (BCE) prolongou hoje o acesso dos bancos gregos ao mecanismo de empréstimos de emergência, que tem sido uma tábua de salvação para o setor bancário helénico, aumentando o teto para 68,3 mil milhões de euros.
A informação é avançada pela agência de notícias francesa (AFP), que cita uma fonte do setor bancário.
“O aumento foi aprovado”, adiantou à AFP uma fonte próxima do processo, afirmando que foi também decidido o aumento do limite máximo para a concessão de empréstimos de emergência (ELA) aos bancos gregos para 68,3 mil milhões de euros.
Estes empréstimos têm funcionado como um ‘pára-quedas’ para os bancos gregos, atormentados por problemas de liquidez, enquanto prosseguem as negociações entre Atenas e os credores acerca da dívida soberana.
O anúncio do BCE aparece na véspera de um aguardado pedido da Grécia para o prolongamento até seis meses de um acordo de empréstimo com os parceiros europeus que não implique as restrições de um programa de resgate completo.
Há duas semanas, o BCE fechou uma das vias fundamentais para os bancos gregos se financiarem, ao recusar aceitar obrigações soberanas helénicas como colaterais aos empréstimos feitos junto das linhas normais de financiamento de Frankfurt.
Como a dívida pública grega está no patamar de ‘lixo’, atribuído pelas agências de ‘rating’ internacionais, as regras do BCE ditam a impossibilidade de esta servir como colateral, porém, como Atenas estava sujeita a um programa de resgate de 240 mil milhões de euros (União Europeia e Fundo Monetário Internacional), o país beneficiou de um regime de exceção.
Agora, com o acesso limitado aos empréstimos de emergência (ELA), os bancos gregos viram os custos de financiamento subirem e é o banco central grego que poderá vir a suportar eventuais perdas.
O BCE volta a reunir-se dentro de duas semanas para voltar a analisar os moldes de assistência aos bancos gregos através da ELA.
OJE/Lusa