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BCE avisa que inflação nos alimentos deve continuar a aumentar este ano

A tendência já se vinha fazendo sentir antes da invasão russa da Ucrânia, mas agravou-se com a guerra no leste da Europa e as sanções que se seguiram, impostas por ambos os lados. Economias pequenas como as do Báltico são as mais expostas.
22 Junho 2022, 16h30

A pressão nos preços dos produtos alimentares na zona euro tem vindo a agravar-se e a projeção do Banco Central Europeu (BCE) é que a subida se prolongue este ano, moderando no médio-prazo. A tendência já se vinha fazendo sentir antes da invasão da Ucrânia e, apesar da reduzida exposição económica da zona euro aos países em guerra, no capítulo alimentar a dependência dos cereais importados daquela região deve significar mais subidas de preços, especialmente para os países mais dependentes destas compras, como os estados do Báltico.

Os dados mais recentes referentes à inflação na zona euro, de maio, mostram uma variação homóloga nos produtos alimentares não-transformados de 7,5%, o valor mais elevado de sempre desde a introdução da moeda única. O BCE lembra que a tendência de subida de preços já se verificava antes da decisão russa de invadir a Ucrânia, mas a guerra que despoletou no leste europeu agravou a situação.

A autoridade monetária destaca que, nos últimos três meses, a leitura da inflação nos produtos alimentares na zona euro ultrapassou o registado nos EUA e Reino Unido, ilustrando a magnitude do fenómeno. À cabeça na lista de países com uma inflação mais elevada nos alimentos estão Lituânia e Letónia, mas todo o bloco da moeda única sente os efeitos da guerra nos preços da alimentação.

Esta pressão no sector faz-se sentir através do seu consumo direto de energia, explica a nota do BCE, mas também através do aumento do preço dos transportes, onde os combustíveis têm um peso assinalável, e da decisão russa que interromper as exportações de fertilizantes para a Europa. Acresce a isto as sanções impostas à Bielorrússia, outro produtor importante destes bens.

Assim, e apesar da possível substituição esperada nos padrões de consumo dada a subida de preços de alguns produtos, a análise do banco projeta que continue a subida de preços nos produtos alimentares e, sobretudo, que as discrepâncias entre as economias onde esta pressão é mais forte e as com menor inflação aumentem.

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