O Banco Central Europeu divulgou esta quarta-feira os requisitos de capital a aplicar em 2023. No caso dos bancos portugueses, reduziu os requisitos de fundos próprios do Pilar 2 na Caixa Geral de Depósitos, mantendo-os no BCP e no Novobanco.
De acordo com o banco central liderado por Christine Lagarde, o requisito de capital (pilar 2) desceu de 2% para 1,90% no banco estatal. No BCP e no Novobanco, manteve-se nos 2,5% e nos 3%, respetivamente.
Os requisitos de capital foram divulgados em conjunto com os resultados do chamado Supervisory Review and Evaluation Process (SREP), naquela que é uma avaliação aos principais desafios que as instituições financeiras enfrentam. Isto num período marcado pela deterioração das condições económicas e da dinâmica dos mercados financeiros devido à guerra na Ucrânia.
Analisando o conjunto dos bancos europeus, o BCE garante que estes mantêm uma posição de capital e de liquidez sólida, com a maioria a ter uma “folga” face aos requisitos mínimos obrigatórios.
Para 2023, os requisitos de fundos próprios do Pilar 2 ficaram em linha com os que têm sido definidos nos últimos anos, fixando-se nos 2% em comparação com 1,9% em 2022.
“Os bancos têm conseguido resistir ao impacto económico provocado pela invasão russa à Ucrânia, graças às posições de capital e de liquidez sólidas, melhoria da rentabilidade e da qualidade dos ativos”, afirma Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, citado no comunicado divulgado esta quarta-feira.
No entanto, realça, “os desafios vão persistir enquanto a guerra durar e os efeitos da subida das taxas de juro justificam um acompanhamento. Os bancos precisam de resolver as fragilidades, em particular a nível do controlo de risco e de governance, e avaliar a evolução futura de uma forma prudente”.
Notícia atualizada às 10:02