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BCE reúne-se de urgência para discutir subidas das dívidas soberanas (com áudio)

Entre outras, a taxa de juro da dívida pública portuguesa tem vindo a subir e ultrapassou mesmo os 3% esta semana. Itália e Espanha atingiram máximos de oito anos esta semana.
15 Junho 2022, 07h29

O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se hoje de urgência para discutir a subida das taxas de juro da dívida soberana na zona euro, revela hoje a “Reuters”.

A reunião vai ter lugar esta manhã pelas 10 horas de Lisboa, não sendo certo se vai ser publicado um comunicado.

“O Conselho de Governadores vai ter uma reunião esta quarta-feira para discutir as atuais condições de mercado”, disse um porta-voz da instituição de Frankfurt.

Tal como outras dívidas soberanas da zona euro, a taxa de juro da dívida pública portuguesa a 10 anos tem vindo a subir e ultrapassou os 3% na terça-feira, a mais elevada desde 2017.

Entre as preocupações dos governadores dos bancos centrais europeus, está a fragmentação no mercado da dívida soberana, tal como aconteceu em 2010/2011, com os juros a subirem nos países do sul, como Portugal, Grécia e Itália, e a manter-se relativamente estável nos países do norte da Europa.

O BCE anunciou na semana passada o fim do programa de compra de dívida em julho – o QE – que tem aguentado as taxas de juro das dívidas soberanas periféricas nos últimos anos.

Resta agora saber se o BCE pretende reativar o QE e mandar uma mensagem aos mercados ou se vai ativar outros programas como o OMT (Outright Monetary Transactions) ou o SMP (Securities Markets Programme).

Hoje, o o euro subiu 0,5% para 1,0487 face ao dólar. A dívida alemã, considerada um barómetro para a zona euro, atingiu hoje 1,77% o nível mais alto desde o início de 2014. A dívida italiana, por sua vez, subiu hoje 240 pontos base, a maior subida desde o início de 2020;  esta semana, o juro da dívida transalpina a 10 anos ultrapassou os 4%. Tanto a dívida espanhola como a italiana a 10 anos atingiram máximos de oito anos esta semana.

O encontro vai ter lugar no mesmo dia em que a Reserva Federal norte-americana deverá anunciar uma subida das taxas de juro em 75 pontos base.

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