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BCE: ‘tapering’ já está decidido, só faltam os detalhes

Fontes próximas do Banco Central Europeu revelam que os responsáveis de política monetária do BCE já decidiram estender o programa de compra de ativos para o próximo ano e diminuir o ritmo de compras.
8 Setembro 2017, 16h24

O Conselho de Governadores já chegou a um consenso sobre os próximos passos na política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Segundo informações da agência Reuters, confirmadas por duas fontes próximas da instituição, o BCE vai reduzir a compra de ativos em janeiro e tem agora quatro cenários em cima da mesa, com diferentes nuances sobre o timing e montantes.

Depois da reunião de governadores desta quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou apenas que os Governadores vão decidir as alterações aos atuais instrumentos de política monetária na próxima reunião, a 26 de outubro.

“Este outono, vamos decidir a calibração dos instrumentos além do final deste ano, tendo em consideração o caminho esperado da inflação e as condições financeiras necessárias para um retorno sustentado das taxas de inflação para valores abaixo, mas próximos de 2%”, disse Draghi.

No entanto, os membros do BCE poderão ter decidido mais do que quiserem contar. Uma das possibilidades, segundo explica a Reuters, será diminuir a compra de ativos a partir de janeiro, sendo que o montante mensal deverá para passar algo entre 20 e 40 mil milhões de euros, dos atuais 60 mil milhões por mês. A extensão deverá acontecer por seis ou nove meses, de acordo com as mesmas fontes, que pediram para não ser identificadas.

O economista alemão Jens Weidmann, que é membro do Conselho de Governadores do BCE, explicou à Reuters que “a subida da inflação é limitada e a incerteza sobre o futuro caminho da inflação é bastante grande”, o que levou o BCE a “decidir esperar [até outubro] e usar este tempo para avaliar a situação da política monetária”.

Os responsáveis do banco central deverão também querer evitar as críticas públicas aos moldes do programa, especialmente vindas da Alemanha. As regras do programa determinam que uma proporcionalidade entre o montante de obrigações que pode ser adquirido e a percentagem de capital que cada banco central nacional tem no BCE.

A essa regra de proporcionalidade, conhecida por chave de capital, acresce ainda um limite de 33% no peso que o BCE pode ter em cada linha de emissão de dívida. As críticas alemãs prendem-se com a possibilidade de uma escassez de obrigações do país levem a que a Alemanha seja prejudicada em detrimento de outros países.

No entanto, esses pormenores poderão ser conhecidos apenas em dezembro. “Temos uma reunião em outubro, onde vamos discutir esses assuntos e pode ser que os últimos ajustes sejam feitos só depois”, afirmou o governador finlandês Erkki Antero Liikanen, no Parlamento da Finlândia. Garantiu, no entanto, que “os detalhes e parâmetros vão ser conhecidos antes do fim do programa”.

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