BCE teve de responder a carências por causa do dossiê da Grécia

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, disse hoje que a instituição está sujeita a uma forte pressão no âmbito do dossiê da Grécia e que teve de “responder a uma carência” das instituições europeias. “O BCE viu-se obrigado a assumir um papel que aumentou a forte pressão sobre a instituição. Nós cumprimos […]

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, disse hoje que a instituição está sujeita a uma forte pressão no âmbito do dossiê da Grécia e que teve de “responder a uma carência” das instituições europeias.

“O BCE viu-se obrigado a assumir um papel que aumentou a forte pressão sobre a instituição. Nós cumprimos as nossas responsabilidades para assegurar que a nossa política monetária funciona. Trata-se de responder a uma carência, a Europa não está dotada de instituições adaptadas. Mas isso não significa que estamos satisfeitos com a situação atual”, disse Peter Praet, em entrevista ao jornal francês Les Echos.

O mesmo responsável foi questionado sobre o futuro do BCE no seio da ‘troika’ de credores (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e BCE) formada em 2010 para ajudar a Grécia e que tem sido rejeitada por Atenas, onde se tornou o símbolo da austeridade.

O BCE anunciou na quarta-feira que deixa de aceitar títulos de dívida pública grega nas suas operações de refinanciamento, acentuando a pressão financeira sobre Atenas. Uma decisão tomada sobre critérios puramente técnicos, mas que é descrita como uma mensagem para os governos europeus: o BCE recusa-se a assumir sozinho o resgate da Grécia.

“O BCE não participa nas discussões entre a Grécia e os seus credores. Nós detemos obrigações de Estado gregas, compradas no mercado secundário para melhorar a transmissão das nossas decisões de política monetária. Mas a posição do BCE é clara: o tratado proíbe-nos de tomar qualquer decisão que represente um financiamento a um Estado através da política monetária”, explicou Praet ao Echos.

OJE/Lusa

Recomendadas

FMI aprova 14,4 mil milhões para a Ucrânia, primeiro financiamento do género a um país em guerra

A decisão abre caminho ao desembolso imediato de uma tranche de 2,5 mil milhões de euros a Kiev, com a contrapartida da realização de reformas ambiciosas, sobretudo no sector de energia.

Rússia torna-se presidente do Conselho de Segurança da ONU

A última vez que a Rússia assumiu a presidência do Conselho foi a fevereiro de 2022, no mesmo mês em que invadiu a Ucrânia.

“Ainda estou vivo”. Papa Francisco sai do hospital e assegura missa da Páscoa

À saída da unidade hospitalar, o Sumo Pontífice ainda esteve alguns minutos à conversa com os fiéis e com a comunicação social.