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BCP disponível para negociar aumentos salariais em janeiro

Após fim dos cortes de salários no BCP, sindicato quer debater aumentos nas remunerações. Administração do banco liderado por Nuno Amado já sinalizou disponibilidade em dialogar com sindicatos no início do próximo ano.
  • Rafael Marchante/Reuters
19 Dezembro 2017, 07h30

O Millennium BCP vai arrancar em janeiro as negociações com os sindicatos com vista a aumentos salariais dos seus trabalhadores que, após cortes nas remunerações desde 2014, só em julho deste ano voltaram o pagamento da totalidade dos salários.

“O BCP mostrou disponibilidade para conversar sobre aumentos salariais em janeiro”, revelou ao Jornal Económico Paulo Alexandre, membro da direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), um dos três sindicatos verticais que integra a Federação sindical do Setor Financeiro (Febase), ligada à UGT.

Este responsável avança que ficou previsto o início de contactos com vista ao aumento das remunerações dos trabalhadores do BCP, não tendo sido fixada ainda qualquer data para as negociações. A disponibilidade do BCP para revisões salariais é sinalizada, após os cortes salariais desde meados de 2014, para as remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais que sofreram  reduções(entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal

A disponibilidade para começar a dialogar, já no próximo mês de janeiro, sobre a melhoria das remunerações dos trabalhadores do Millennium BCP, terá sido uma das principais conclusões da reunião realizada no final de novembro entre os sindicatos bancários que integram a Febase e a administração daquela instituição de crédito.

Tal disponibilidade foi registada com agrado pelos representantes dos sindicatos dos Bancários do Norte, do Centro e do Sul e Ilhas.

Em julho deste ano, a Febase congratulou-se com o fim dos cortes salariais no BCP e vai solicitar uma reunião à administração, “tendo em vista a necessidade de se proceder a aumentos salariais”.

“O memorando celebrado entre o BCP e os sindicatos da Febase chega agora ao fim, antecipando em seis meses o prazo acordado”, valorizou esta federação, em comunicado, datado de 29 de julho. O anúncio do pagamento da totalidade dos salários em julho, surge depois de o banco liderado por Nuno Amado ter devolvido em Fevereiro deste ano a totalidade do empréstimo estatal concedido em 2012 (3.000 milhões de euros).

A posição da Febase surgiu a 12 de julho, um dia depois de se saber que o BCP vai voltar a pagar a totalidade dos salários este mês, comunicado pelo banco numa carta aos trabalhadores, afirmando a instituição que os cortes salariais que duraram três anos permitiram salvar 400 postos de trabalho.

“Face às medidas exigidas pela DGcom [direcção da Comissão Europeia] e o Estado português para a recapitalização do banco, a Febase negociou o memorando tendo por objectivo salvar postos de trabalho e conseguir melhores condições para os trabalhadores que rescindissem o contrato de trabalho. Evitou assim um despedimento colectivo e possibilitou a manutenção de mais de 400 postos de trabalho face à redução de efectivos pretendida”, realçou, então, a federação.

Na altura, a Febase tinha já sinalizado que  o objectivo é o de reunir com a administração, liderada por Nuno Amado, e pedir um aumento de salários.

Desde meados de 2014, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais têm os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal, com fecho de balcões e a saída de milhares de trabalhadores num programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.

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