[weglot_switcher]

BCP já concluiu a venda da carteira de malparado Lúcia e vai voltar ao mercado

A administração do BCP disse que o banco já conclui a venda dessa carteira. Tratou-se de uma carteira, composta por crédito malparado (NPL) com valor nominal de 60 milhões e ativos imobiliários no valor de 50 milhões de euros.
  • Cristina Bernardo/JE
1 Março 2022, 09h15

O BCP já concluiu a venda da carteira de malparado a que baptizou de “Projeto Lúcia”, revelou na conferência de imprensa a administração do banco.

Tratou-se de uma carteira, composta por crédito malparado (NPL) com valor nominal de 60 milhões e ativos imobiliários no valor de 50 milhões de euros.

Segundo apurou o Jornal Económico o comprador foi a LX Partners (em parceria com a Cabot).

O BCP vai continuar o seu esforço na limpeza do balanço. “Vamos continuar a ir ao mercado a fazer operações”, disse Miguel Maya quando questionado se iam voltar a vender carteiras de NPL – Non Performing Loans.

O banco apresentou uma redução de 543 milhões de euros de Non-Performing Exposure (NPE) em 2021, tendo sido de 485 milhões a redução na atividade doméstica. Esta redução das non performing exposures (NPE), dão “continuidade ao sucesso da estratégia de desinvestimento em NPE implementada pelo Banco nos últimos anos”, refere a instituição.

O NPE refere-se a crédito a clientes (crédito a clientes ao custo amortizado e crédito a clientes ao justo valor através de resultados) vencido há mais de 90 dias ou crédito com reduzida probabilidade de ser cobrado sem realização de colaterais, se reconhecido como crédito em default ou crédito com imparidade.

O rácio de NPE de crédito do grupo está nos 4,7%. Na apresentação de resultados, o banco revelou que em 2021 o rácio de NPE, em percentagem da carteira de crédito total continuou a evoluir favoravelmente, tendo
diminuído de 5,9% no final de 2020, para 4,7% em 31 de dezembro de 2021, destacando-se o contributo da carteira
de crédito doméstica, cujo rácio de NPE diminuiu de 6,1% para 4,7% no mesmo período.  Também no que respeita aos indicadores de cobertura se assistiu a uma melhoria generalizada no último ano (para 68%), destacando-se o desempenho da atividade em Portugal, cujo grau de cobertura de NPE por imparidades, aumentou de 63% no final do ano anterior, para 68,5% em 31 de dezembro de 2021.

No que toca à carteira líquida de imóveis recebidos por recuperação reduziu-se 32,8% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021.

O valor da carteira, calculado por avaliadores independentes, situa-se 32% acima do respetivo valor contabilístico, diz o banco.

O BCP vendeu 1.677 imóveis em 2021 (2.414 imóveis em 2020), tendo o valor de venda excedido o valor contabilístico em 22 milhões de euros.

Em termos de custo do risco é de 60 pontos base (pb) em termos consolidados e de 69 pb em Portugal. A evolução das dotações para imparidade (líquida de recuperações) levou a que o custo do risco (líquido de recuperações) registasse uma melhoria significativa quer na atividade em Portugal, quer na atividade internacional, permitindo que, em termos consolidados, o custo do risco se situasse em 60 pontos base, consideravelmente abaixo dos 92 pontos base observados em 2020.

Na atividade em Portugal, o custo do risco (líquido de recuperações) evoluiu de 92 pontos base em 2020, para 69 pontos base em 2021, sendo que na atividade internacional melhorou de 91 pontos base para 41 pontos base no último ano.

O banco apresentou resultados anuais de 138,1 milhões o que traduz uma queda de 24,6% face ao ano anterior. A rentabilidade dos capitais próprios do BCP continua muito baixa e longe da meta da administração. Em 2021 não superou os 2,4%, muito abaixo do custo do capital.

O resultado operacional core do Grupo, excluindo custos de ajustamento do quadro de pessoal em Portugal (90,7
milhões), atingiu 1.291,4 milhões, correspondendo a um crescimento de 10,9%.

BCP reduziu 724 trabalhadores em Portugal em 2021

O BCP fechou o ano de 2021 com 6.289 trabalhadores em Portugal, menos 724 do que no final de 2020, segundo as contas divulgadas pelo banco.  A redução de funcionários implicou 90,7 milhões de euros de custos no ano passado.

Quanto a agências, no fim de 2021, o BCP tinha em Portugal 434 sucursais, menos 44 do que em 2020.

Na atividade internacional, o BCP reduziu 743 trabalhadores (mais de 500 na operação na Polónia) para 9.579 no final de 2021 e 48 sucursais para 854.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.