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BCP lucra 85,6 milhões no trimestre

Os lucros subiram 70,8% num ano. O crédito em risco em Portugal caiu 500 milhões face ao fim de 2017. Já o crescimento da carteira de crédito performing foi de 500 milhões desde o fim do ano passado, também.
7 Maio 2018, 17h11

O BCP acaba de apresentar os resultados do primeiro trimestre tendo registado lucros de 85,6 milhões o que traduz uma subida de 70,8% face ao período homólogo. A margem financeira cresceu 12,5 milhões  (+3,8%) para 344,8 milhões. As comissões aumentaram num ano 4,4% (+7 milhões para 167,8 milhões).

Nuno Amado disse na conferência de imprensa de apresentação dos resultados trimestrais que conta distribuir dividendos aos acionistas apenas em 2020, referente aos resultados de 2019.

O banco destaca a evolução favorável do negócio, com especial destaque para a captação de clientes e recursos. Os clientes ativos do Grupo totalizam 5,6 milhões, um crescimento superior a 380 mil clientes face a 31 de março de 2017; os recursos totais de clientes ascendem 72,7 mil milhões, um crescimento de 5,7% face a 31 de março de 2017 e “em Portugal a subirem 5,4% e se tivermos em conta a venda de OTRV (obrigações do tesouro para o retalho) feitas no ano passado a subida seria de 6%”, explica o banqueiro.

O resultado core (margem financeira + comissões – custos operacionais) aumentou para 266,6 milhões (+4,6%).

“Nos outros proveitos de exploração houve uma redução de 38,4% para 25,2 milhões, dos quais 10 milhões de euros teve que ver com ajuste de valor relacionadas com imóveis do banco que estão em fundos de investimento imobiliário e com ganhos que ocorreram no ano passado e que não ocorreram este ano em operações relacionadas com essa atividade ou com a seguradora”, explicou o CEO do banco.

“Chamamos a atenção para o facto de no primeiro trimestre de 2018 o contributo do BCP, para o Fundo de Garantia e Fundo de Resolução já vai em 25,6 milhões em termos consolidados”, disse ainda.

Os custos subiram +3,2% face ao trimestre homólogo do ano anterior.

O Millennium BCP destacou na apresentação de resultados do primeiro trimestre que é um dos bancos mais eficientes da zona euro, com rácio de cost-to-core income de 48,0% e um cost-to-income de 45,7%. Em Portugal o rácio de eficiência cost-to-income (custos sobre receitas) é de 46,0% (cost-to-core income de 50,3%) e 45% na atividade internacional.

A rentabilidade melhorou. O banco tem um ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 7,7% (o que compara com 4,7% no trimestre homólogo de 2017), a caminho do objetivo traçado de 10%.

O crédito em risco em Portugal caiu 500 milhões face ao fim de 2017. O crescimento da carteira de crédito performing foi de 500 milhões desde o fim do ano passado, também.

A nível consolidado o crédito performing (crédito bom) subiu +1,6% (+ 0,7 mil milhões de euros) em Portugal essa subida foi de 2% (0,6 mil milhões), isto apesar da queda do crédito consolidado de 2,5% e de 3,6% em Portugal.

Nuno Amado destacou a alteração estrutural da carteira de crédito a empresas nos últimos anos, com descida dos pesos da construção e atividades imobiliárias e das SGPS não financeiras.

Mais depósitos do que empréstimos põe o rácio loans to deposit nos 91%, anuncia o CEO do BCP.

O ativos problemáticos  (NPE) em Portugal desceram para 6,3 mil milhões de euros em março (menos 500 milhões face a 31 de dezembro e menos 2 mil milhões face a março de 2017 (em Portugal a descida dos NPEs num ano foi 2.038 milhões). Os NPEs totais estão em 14%. As coberturas aumentaram significativamente, diz Nuno Amado. Isto com reforço da cobertura por imparidades para 46% (48% para o Grupo), e 105% incluindo garantias. O banco detalha que a cobertura por imparidade foi de 46%; a  cobertura por colateral imobiliário foi de 44%, a cobertura por colaterais financeiros está em 13% e a cobertura por expected loss gap (diferença entre perda esperada e imparidades) é de 2%.

“O rácio de NPL [malparado] a mais de 90 dias estás nos 8,5%, temos de diminuir, mas estamos na via certa”, referiu o presidente do BCP.

O decréscimo de NPEs (exposição a artigos problemático) face ao final de 2017 é atribuível a reduções de 0,2 mil milhões dos NPL (crédito vencido) a mais de 90 dias e de 0,3 mil milhões dos outros NPEs, diz o banco.

Nuno Amado explicou que o efeito de write-offs (amortização a 100%) foi muito baixo. A redução foi feita através da recuperação de crédito e através da venda de carteiras de crédito. O banco vendeu 160 milhões de euros de crédito no trimestre.

O presidente do banco diz que desde o fim de 2013 até 31 de março deste ano a redução dos NPEs líquidos de imparidades passou de 9,8 mil milhões (no final de 2013) para 3,4 mil milhões em 31 de março de 2018.

O BCP desceu o seu custo do risco 36,1% de 114 pontos base para 85 pontos base. “Mas 129,9 milhões de imparidades [106,1 milhões só para crédito] no primeiro trimestre é ainda muito alto”, admite Nuno Amado.

Em Portugal o custo do risco desceu 40,9% para 96 pontos base e as imparidades no trimestre são 108 milhões, das quais 89 milhões para crédito e 10 milhões para imóveis (as imparidades em balanço desceram num ano de 3,3 mil milhões para 2,9 mil milhões).

O custo do risco de crédito, medido pelas imparidades líquidas de recuperações de crédito anteriormente abatido ao ativo, totaliza 106,1 milhões. As imparidades em balanço desceram para 3.447 milhões (compara com 3.709 milhões).

Em termos de rácio de capital o banco, em termos de rácio CET1 (fully loaded), fixou-se em 11,8% (o requisito BCE no âmbito do SREP para o CET1 em 2018 é de 8,8%). Rácio em termos de phased-in  passou para 11,9%. Os ativos ponderados pelo risco subiram para 41,1 mil milhões.

O rácio de capital total de 13,5% (fully implemented) e de 13,6% (phased-in), foram impulsionados pela emissão de 300 milhões em dívida subordinada (tier 2) em Dezembro de 2017.

O rácio de LCR (Liquidity coverage ratio) foi de 180%.

O banco está, em quase todos os indicadores, a atingir ou já ultrapassando, as metas de 2018.

(atualiza com informação sobre a intenção de distribuir dividendos pelos resultados de 2019)

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