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BCP tomba mais de 5% com resultados na Polónia. PSI e Europa em queda

No dia em que António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, esteve em Moscovo em novo esforço diplomático para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, as notícias de que a Rússia interrompeu as entregas de gás para a Polónia sob o contrato Yamal trouxeram mais tensão ao mercado, com reflexo na subida dos preços do gás natural.
26 Abril 2022, 17h33

O PSI fechou a cair 1,32% para 5.861,72 pontos em linha com a maioria das praças europeias. As ações do BCP destacaram-se pela negativa ao recuarem 5,01% para 0,1518 euros. Hoje o Millennium Bank, banco polaco detido maioritariamente (50,1%) pelo BCP, reportou que registou prejuízos de 122,3 milhões de zlótis (26,4 milhões de euros) no primeiro trimestre. Os resultados foram impactados por provisões e outros custos relacionados com a carteira de créditos hipotecários em francos suíços.

A GreenVolt foi o outro título a destacar-se nas perdas. Desceu 2,44% para 6,81 euros.

Já a Altri fechou a cair 2,40% para 6,11 euros; os CTT perderam 2,08% para 4,23 euros; a Mota-Engil fechou a cair 1,70% para 1,272 euros; a Navigator recuou 1,41% para 3,77 euros; e a EDP Renováveis caiu 1,04% para 22,76 euros. Também a EDP perdeu 0,93% para 4,45 euros.

“Em território nacional o PSI foi adicionalmente arrastado pelo destacamento do dividendo da EDP”, segundo os analistas.

Pela positiva destaca-se a Galp que subiu 0,80% para 10,73 euros. Outro quatro títulos fecharam no verde, nomeadamente a REN que avançou 0,70% para 2,885 euros; a Jerónimo Martins que valorizou 0,69% para 20,44 euros e a Corticeira Amorim que fechou a subir 0,41%.

Na Europa as bolsas invertem e recuam pela terceira sessão consecutiva. “As bolsas europeias inverteram o sentimento de otimismo matinal, onde estiveram animados pelo anúncio de incentivos na China, e a generalidade dos principais índices de ações encerrou em baixa pela terceira sessão consecutiva”, refere a análise de Ramiro Loureiro, Analista de Mercados do Millennium BCP.

“As quedas algo expressivas que se vivem em Wall Street, onde o índice Nasdaq 100 tomba mais de 3%, na antecâmara de contas de tecnológicas de referência como Alphabet, Texas Instruments e Microsoft, acabaram por condicionar os investidores”, diz o analista.

O EuroStoxx 50 caiu 0,96% para 3.721,4 pontos e o Stoxx 600 perdeu 0,84%.

O CAC 40 recuou 0,54% para 6.414,6 pontos, apesar da vitória de Macron nas eleições de domingo.

O DAX recuou 1,20% para 13.756,4 pontos; o FTSE MIB fechou a cair 0,95% para 23.681,78 pontos e o IBEX fechou a descer 1,33% para 8.460,7 pontos.

O Footsie100 foi exceção, ao encerrar com ganho ligeiro (+0,08% para 7.386,2 pontos).

No dia em que António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, esteve em Moscovo em novo esforço diplomático para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, as notícias de que a Rússia interrompeu as entregas de gás para a Polónia sob o contrato Yamal trouxeram mais tensão, com reflexo na subida dos preços do gás natural.

A Rússia terá suspendido o fornecimento de gás natural à Polónia esta terça-feira por esta se recusar a pagar em rublos. A notícia da suspensão do fornecimento de gaz russo é avançada pelo portal polaco Onet que cita fontes do governo e da Indústria Polaca do Gás e Petróleo (PGNiG). As primeiras informações davam conta de uma significativa redução no gás fornecido e, mais tarde, da suspensão por completo.

Logo após a notícia os preços do gás no mercado de Amesterdão, “benchmark” na Europa, dispararam 17%, mas entretanto já não estão a subir tanto.

Hoje os governos de Portugal e Espanha chegaram a acordo com a Comissão Europeia para o estabelecimento de um mecanismo temporário que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por MWh. Os governantes explicaram que o mecanismo terá uma duração de cerca de 12 meses e permitirá fixar o preço médio de gás em cerca de 50 euros por megawatt, contra o atual preço de referência no mercado de 90 euros, sendo que o preço começará nos 40 euros, assim que o acordo político esta terça-feira alcançado for formalizado, o que deverá suceder ainda esta semana.

O brent em Londres dispara 2,83% para 105,22 dólares o barril. Também o crude West Texas sobe 3,10% para 101,6 dólares.

“A subida da cotação de algumas matérias-primas, entre as quais o petróleo, até animou os setores de Recursos Naturais e Energético, mas castigou o ambiente global, numa região onde os elevados custos energéticos têm vindo a gerar um pico de inflação que não se via há algumas décadas e isso castigou os ativos de risco”, refere a análise da MTrader.

A escalada de tensão entre os Estados Unidos e a Rússia à volta da Ucrânia, com o fantasma da guerra mundial como pano de fundo, está a deixar os mercados nervosos.

O euro cai 0,48% para 1,0662 dólares.

No mercado de dívida pública, a Alemanha tem os juros a 10 anos a baixarem 2,25 pontos base para 0,81%. Portugal tem os juros a recuarem 1,81 pontos base para 1,85%; Espanha com juros a recuarem 2,42 pontos base para 1,80% e Itália perde 2,09 pontos base para 2,55%.

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