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BdP comprou 20,3 mil milhões de euros de dívida portuguesa e financiou bancos em 41,8 mil milhões

O Relatório de Implementação da Política Monetária do banco central mostra que o seu balanço cresceu 14% no último ano, atingindo assim novos máximos históricos. Mesmo com o fim do programa de emergência pandémica, Portugal tem margem para aumentar o nível de compras líquidas, visto estar abaixo da sua chave de capital.
25 Maio 2022, 16h35

O Banco de Portugal (BdP) comprou este ano 20,3 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa em 2994 transações realizadas em 2021, revela o Relatório de Implementação da Política Monetária publicado esta quarta-feira. Os bancos portugueses financiaram-se em 41,8 mil milhões de euros em operações de política monetária de cedência de liquidez, tendo-se estas concentrado sobretudo em operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO-III), acrescenta o documento.

O banco central registou assim 86,2 mil milhões de euros em títulos adquiridos para fins de política monetária, dos quais 96,5% correspondiam a dívida pública ou emitida por entidades supranacionais. Este é o valor mais alto de sempre detido pelo banco central português.

Mesmo com o fim do programa de compras de emergência pandémica (PEPP), que deverá passar à fase de reinvestimentos no terceiro trimestre, Portugal continuará a ter margem para aumentar as compras líquidas, visto que se tem mantido abaixo da sua chave de capital, cifrada em 2,3%.

O crescimento das operações de cedência de liquidez chegou aos 30% face ao ano anterior, detalha o BdP, o que compara com um aumento médio de 20% nos restantes membros do Eurosistema.

Fruto destas operações, as garantias entregues chegaram aos 73,7 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 10% em comparação com o ano anterior. Estas garantias assumem sobretudo a forma de obrigações hipotecárias, dívida pública e empréstimos bancários, com o BdP a sublinhar o reforço da “margem de segurança das contrapartes portuguesas para eventuais necessidades adicionais de liquidez” que tal confere.

O documento revela ainda que o balanço do banco central atingiu em 2021 um novo máximo histórico, apesar de ter crescido a um ritmo ligeiramente inferior ao da média europeia.

Já quanto ao balanço do banco central, e em linha com os comentários recentes do governador Mário Centeno, este voltou a crescer, aumentando 14% no período em questão até aos 219 mil milhões de euros. Tal ficou a dever-se à “manutenção do carácter fortemente acomodatício da política monetária do Eurosistema”, argumenta o relatório, o que significou um aumento médio de 23% no resto dos bancos centrais da moeda única.

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