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BE denuncia “graves atropelos de incumprimento” dos CTT na Madeira

O partido vai pedir esclarecimentos à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) sobre quais as medidas que irá tomar a fim de salvaguardar o interesse público e das populações, e considera “urgente” recuperar a empresa para o controlo público.
2 Dezembro 2021, 11h39

O BE exigiu que os CTT cumpram com o contrato de prestação de serviço público, acrescentando que a empresa está a cometer “graves atropelos de incumprimento” na Madeira.

O BE esteve em contacto com a população do Monte, e abordou o encerramento do posto dos CTT que serve uma parte dos munícipes desta freguesia e do Imaculado Coração de Maria.

“Consideramos grave que os CTT, estando contratualmente obrigados à prestação de serviço público, não tenham procurado soluções para resolver esta situação atempadamente e que estejam única e exclusivamente preocupados em salvaguardar os lucros dos seus acionistas”, disse a coordenadora do BE Madeira, Dina Letra.

“Exigimos que cumpram o que está no contrato. E se a população desta área que estamos a visitar está abrangida pelos postos de atendimento que foram apresentados, o mesmo já não se passa com a populações das zonas altas do Monte, onde não existe qualquer serviço de correios”, alerta a bloquista.

Dina Letra diz que é evidente o “grande descontentamento” da população que fica novamente privada de um serviço público fundamental. “Particularmente para as pessoas mais idosas que ali iam levantar as suas reformas e que se vêm agora obrigadas a dirigirem-se à estação da Penteada ou da Av. Zarco. Estamos a falar de pessoas com mobilidade reduzida, muitas com reformas mínimas e que terão também esse custo de deslocação acrescido. Para não falar que esta concentração de serviços nos postos de correio do centro da cidade irá aumentar ainda mais os tempos de espera, que já são enormes”, refere a bloquista.

O partido diz que vai pedir esclarecimentos à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) sobre quais as medidas que irá tomar a fim de salvaguardar o interesse público e das populações.

“A degradação da qualidade dos serviços postais a que assistimos todos os dias é por demais evidente, quer ao nível do atendimento e dos longos tempos de espera quer ao nível da distribuição do correio, o que é também revelador da falta de recursos humanos, sendo que muitos deles estão em situação de precariedade. A pandemia veio aliás demonstrar as enormes falhas dos serviços de distribuição de correspondência e de encomendas e a necessidade premente de reforçar as equipas”, defendeu Dina Letra.

A bloquista sublinha que o encerramento de postos de correio tem trazido “perdas evidentes” para as populações, e agravou ainda mais as “assimetrias e desigualdades entre as periferias e os centros urbanos”.

Dina Letra acrescenta que para colmatar este abandono das suas populações por parte dos CTT, empresa privatizada em 2014 pelo governo do PSD/CDS, muitos autarcas “viram-se na obrigação de contratualizarem este serviço, passando assim o Estado e os recursos públicos e pagarem aos privados por um serviço que detinham e que eram, antes da privatização, de qualidade reconhecida a nível europeu”.

O partido defende que é “urgente” recuperar a empresa para o controlo público, pelo que vai defender no seu programa eleitoral a nacionalização das ações representativas do capital social dos CTT.

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