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BE quer avaliar consequências das monoculturas e estudar alternativas

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, alertou este domingo para os “perigos” das monoculturas intensivas no Alentejo.
  • “Temos barragens a mais, as barragens provocam evaporação, portanto nós estamos sempre a perder água e isto é um problema muito complicado.”
18 Fevereiro 2018, 17h58

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, alertou este domingo para os “perigos” das monoculturas intensivas no Alentejo, defendendo a realização de uma avaliação das suas consequências e de estudos sobre outro tipo de produção.

“Este é o momento em que é preciso avaliar, com muita frieza, as consequências das escolhas que foram feitas e avaliar como podemos fazer melhores escolhas”, afirmou Catarina Martins, em Serpa, no distrito de Beja.

A dirigente bloquista falava num debate denominado “Monoculturas – e o deserto aqui tão perto…”, que decorreu numa livraria da cidade alentejana, organizado pelas estruturas locais do partido.

Apontando a necessidade de existirem “estudos atuais sobre a qualidade ambiental e a saúde pública” nas zonas onde existem monoculturas, a líder do BE propôs também uma reflexão “com a responsabilidade de futuro” sobre o desenvolvimento e o emprego no Alentejo.

“Uma economia que fica subserviente a interesses de curto prazo de quem tanto está aqui agora e passado seis anos do olival já não vai fazê-lo noutro lado qualquer é uma economia que não tem grande futuro”, advertiu, frisando que “a responsabilidade política é criar condições para outro tipo de produção”.

“Do ponto de vista académico, tecnológico e de qualificação das populações, esse conhecimento tem de ser posto ao serviço do pensar a agricultura e a produção nesses novos modelos”, acrescentou.

Na sua intervenção, Catarina Martins admitiu que existe atualmente na sociedade “uma consciência maior” sobre “o falhanço da promessa da monocultura intensiva” como o melhor caminho para o desenvolvimento e criação de emprego, assim como “os próprios perigos” associados.

São “multinacionais que plantam intensivamente e levam o produto rapidamente para fora, não havendo aqui nenhuma transformação e, portanto, do ponto de vista do valor, o que fica é muito pequeno”, além de precisar de “pouca mão-de-obra”, disse.

Além disso, assinalou, fica na região “o problema dos problemas escondidos”, relacionado com o ambiente e a saúde pública, devido à utilização de “pesticidas e fertilizantes que causam transformações e alterações” nos aquíferos e nos solos.

“Uma água mais contaminada, um solo mais contaminado trará seguramente, a prazo, problemas de saúde pública às populações”, alertou a coordenadora do BE, realçando que o seu partido, desde sempre, avisou que “estavam a ser feitas escolhas perigosas”.

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