O Bloco de Esquerda (BE) quer acabar com os vistos gold por considerar que estes são fonte de corrupção, tráfico de influências e branqueamento de capitais. Os deputados bloquistas indicam que dos mais de 5.700 pedidos de vistos, apenas nove foram atribuídos para a criação de emprego, e demarcam-se do Governo que acusam de ter mantido as políticas da direita, avança o jornal “Diário de Notícias”.
O deputado do BE José Manuel Pureza afirma que a esmagadora maioria dos vistos atribuídos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) são para investimento imobiliário. Dos 5717 pedidos, 5553 foram destinados a este fim. “É investimento imobiliário com a conhecida característica da especulação. Muito poucos são para recuperação ou reabilitação”, defende.
José Manuel Pureza sustenta que estes vistos são dados apenas a “elites”, “as oligarquias de países como a China, de onde vem a larguíssima maioria de pedidos, Rússia, Angola”. “São aquelas oligarquias que estão a ser bafejadas pelo tapete vermelho, em contraposição ao calvário e discricionariedade dos mais de 30 mil imigrantes que estão condenados a permanecer em irregularidade no país”. Pureza conclui: “Esta duplicidade é obscena. É o contrário do discurso do ‘Portugal campeão dos direitos humanos'”.
Os bloquistas acusam ainda o Governo de António Costa de compactuar com o programa desenvolvido por Paulo Portas e indicam que “a direita que tenta associar imigração a criminalidade, não tem problemas com imigrantes, tem com os pobres”. “Com estes, que chegam para fazer transferências de dinheiro cuja origem é opaca, não tem problemas, tanto não tem que até criou um regime favorável”, indicam.
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