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BE quer pôr fim aos vistos gold. Só nove em mais de 5.700 foram para criar emprego

Os deputados bloquistas indicam que dos mais de 5.700 pedidos de vistos, apenas nove foram atribuídos para a criação de emprego, e demarcam-se do Governo que acusam de ter mantido as políticas da direita.
14 Junho 2018, 08h54

O Bloco de Esquerda (BE) quer acabar com os vistos gold por considerar que estes são fonte de corrupção, tráfico de influências e branqueamento de capitais. Os deputados bloquistas indicam que dos mais de 5.700 pedidos de vistos, apenas nove foram atribuídos para a criação de emprego, e demarcam-se do Governo que acusam de ter mantido as políticas da direita, avança o jornal “Diário de Notícias”.

O deputado do BE José Manuel Pureza afirma que a esmagadora maioria dos vistos atribuídos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) são para investimento imobiliário. Dos 5717 pedidos, 5553 foram destinados a este fim. “É investimento imobiliário com a conhecida característica da especulação. Muito poucos são para recuperação ou reabilitação”, defende.

José Manuel Pureza sustenta que estes vistos são dados apenas a “elites”, “as oligarquias de países como a China, de onde vem a larguíssima maioria de pedidos, Rússia, Angola”. “São aquelas oligarquias que estão a ser bafejadas pelo tapete vermelho, em contraposição ao calvário e discricionariedade dos mais de 30 mil imigrantes que estão condenados a permanecer em irregularidade no país”. Pureza conclui: “Esta duplicidade é obscena. É o contrário do discurso do ‘Portugal campeão dos direitos humanos'”.

Os bloquistas acusam ainda o Governo de António Costa de compactuar com o programa desenvolvido por Paulo Portas e indicam que “a direita que tenta associar imigração a criminalidade, não tem problemas com imigrantes, tem com os pobres”. “Com estes, que chegam para fazer transferências de dinheiro cuja origem é opaca, não tem problemas, tanto não tem que até criou um regime favorável”, indicam.

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