BEI financiou projetos em Portugal com 1.900 milhões de euros

O Banco Europeu de Investimento (BEI) financiou 25 operações em Portugal no ano passado, com 1.906 milhões de euros, revelou hoje Román Escolano, vice-presidente do BEI, em conferência de imprensa, em Lisboa.

“Foi um ano muito positivo para a atividade do BEI em Portugal, em que houve crescimento, e se notou que a crise financeira já está definitivamente para trás e que a economia portuguesa está a ganhar tração e está em modo de recuperação”, destacou Román Escolano.

Face a 2016, o financiamento concedido pelo BEI a projetos em Portugal registou um crescimento de cerca de 7%.

Grande parte deste financiamento, 1.022 milhões de euros, foi dirigido a projetos apresentados por 6.600 pequenas e médias empresas (PME), que tornaram possível apoiar mais de 260 mil postos de trabalho, de acordo com as informações hoje divulgadas pela instituição.

O montante médio dos empréstimos do grupo BEI às PME portuguesas foi de 204 mil euros.

Apesar da predominância do financiamento do BEI às PME em Portugal, Román Escolano destacou que “está a haver uma transformação, uma mudança”, visível pelo facto de os projetos relativos ao ambiente e alterações climáticas e à inovação estarem a ganhar dimensão e protagonismo no portefólio de financiamento de projetos do BEI em Portugal.

No setor do ambiente, os projetos financiados no ano passado pelo BEI no nosso país ascenderam a 360 milhões de euros, um crescimento de quase 52% face aos valores registados há quatro anos, em 2014.

Os financiamentos do BEI para projetos de ambiente valeram no ano passado 18,9% do total financiado  pelo BEI.

Outra área destacada por Román Escolano foi a da inovação, para onde foram canalizados no ano passado 295 milhões de euros em Portugal por parte do BEI, um crescimento de 81% face ao ano precedente.

Esta área já representou no ano passado 15,5% dos financiamentos aprovados pelo BEI em Portugal.

Entre os projetos aprovados no ano passado no setor da inovação em Portugal, o BEI destaca os 20 milhões de euros para ajudar a financiar a nova unidade de produção dos Laboratórios Basi – Indústria Farmacêutica, em Viseu; os 10 milhões de euros para o projeto da ciência do futuro da Science4you; mais 10 milhões para uma nova fábrica aeronáutica da Mecachrome em Évora; e os 16 milhões de euros para a construção do novo ‘campus’ universitário da Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, todos eles ao abrigo do Plano Juncker (Plano de Investimento para a Europa).

Em termos gerais, segundo o vice-presidente do BEI, no ano passado, Portugal foi o 10º país da União Europeia com maior volume de financiamento do BEI e o 6º país comunitário com maior financiamento do BEI em percentagem do PIB – Produto Interno Bruto.

O financiamento do Grupo BEI a projetos em Portugal no ano passado representou 1% do PIB.

Román Escolano sublinhou que 2017 “foi o sexto ano consecutivo em que o financiamento do BEI em Portugal teve uma trajetória ascendente”.

“Esperamos um ano muito bom para 2018. Estamos a apostar em novos instrumentos e canais de financiamento para as PME, incluindo aquelas que têm mais dificuldade no acesso ao crédito. Para 2018, temos um ‘pipeline’ de projetos bastante diverso e muito interessante, pelo que antevejo um ano de consolidação e reforço do financiamento do BEI em Portugal, em linha com o modo de recuperação em que a economia portuguesa se encontra”, previu o vice-presidente do BEI.