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Bernardo Trindade: “Cada euro investido na TAP deve ser com capacidade de se perceber o seu impacto”

Importância da TAP e do plano de reestruturação da empresa foi debatida por players do turismo durante o painel “Turismo: Motor das exportações”, no evento Portugal Exportador, do qual o Jornal Económico é media partner.
  • Cristina Bernardo
18 Novembro 2020, 18h42

Bernardo Trindade, vogal da administração da TAP SGPS, admite que o plano de restruturação da TAP será um “desafio muito grande”, mas defende ser o necessário porque “não há turismo sem transporte aéreo”. O administrador diz, no entanto, que o investimento deve ser feito com responsabilidade.

“Cada cêntimo cada euro deve ser um euro não só investido com responsabilidade mas com capacidade de se poder perceber o seu impacto”, disse esta quarta-feira no painel “Turismo: Motor das exportações”, no evento Portugal Exportador, do qual o Jornal Económico é media partner.

Para o também administrador da PortoBay Hotels & Resorts, “o que é essencial é que a TAP do seu processo de reestruturação resulte uma companhia que seja um orgulho para os portugueses”, naquele que é “um elemento estratégico” que “resultou de uma opção política”, salientando que “se há atividade económica em Portugal que cresceu nos últimos anos é a atividade turística”.

Defendendo que a TAP tem “muito valor afectivo para nós”, Bernardo Trindade realçou, por outro lado, que a empresa serve propósitos “de soberania”, apontando como exemplo que em dezembro irá repatriar um conjunto de portugueses da Venezuela.

Para José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, presente no mesmo painel, a fotografia não é tão nítida. “Se a TAP é imprescindível como está não sei dizer porque quando sai algum concorrente, o mercado tem que se adaptar, é substituído por outros concorrentes”, frisou, acrescentando que “conhecendo um pouco aquilo que é a companhia” será “muito difícil manter a TAP como está porque tem custos elevadíssimos”, pelo que “vai necessitar de emagrecer”.

O responsável da cadeia de hotelaria considerou que a influência da TAP depende dos mercados e do tipo de turismo. “No Algarve, ter ou não ter a TAP, se o Algarve estivesse à espera da TAP não se desenvolvia. No Porto conta pouco”, disse, salientando que por outro lado “há outros destinos onde é muito relevante”, nomeadamente o mercado brasileiro americano e brasileiro.

Para Hermano Gouveia, diretor-geral da Panidor, “a continuidade ou existência” da companhia aérea “é quase indiscutível”, numa opinião partilhada por Eduarda Neves, diretora-geral da Portugal Travel Team, que salientou que “sem transporte aéreo não temos turismo” e que a empresa “foi muito importante para desenvolvimento do turismo em Portugal”.

“O transporte aéreo é um elemento essencial para o potencial de turismo em Portugal”, afirmou também Sérgio Guerreiro, diretor-coordenador da direção de gestão do conhecimento do Turismo de Portugal, recordando que 90% dos turistas chegam a Portugal através de transporte aéreo. “Acreditamos que a TAP é um elemento importante desta equação”, disse, ainda que frisando que “não é o único elemento, mas é um pilar importante daquilo que tem sido o nosso progresso” no que troca ao turismo.

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