Segundo o relatório anual da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), divulgado hoje, entre as cerca de 400 ações, pendentes na Instância Central Cível de Lisboa, estão também processos movidos pelos lesados do BES contra administradores e funcionários e intermediários financeiros.
“Destas ações o Estado português foi citado, até setembro de 2016, em 18 processos, citação que visa a responsabilidade solidária do Estado e seus membros (Presidente da República, primeiro-ministro, etc) no âmbito da concessão do empréstimo ao fundo de resolução e das expectativas então originadas sobre a solidez do BES”, cita o documento.
Segundo a Lusa, no processo de liquidação judicial do BES, foram apresentadas cerca de 14 mil reclamações de créditos, no valor total de cerca de 35 milhões de euros.
A PGDL reforça que a “notória dificuldade processual e de acompanhamento pelo Ministério Público de um caso de gigantismo processual invulgar” e o “elevado grau de tecnicidade” exige aos procuradores conhecimentos na área fiscal, bancária e económica.
Globalmente, na investigação da criminalidade económico-financeira, a PGDL assinala uma maior complexidade de casos, “com utilização intensiva de transferência para o regime offshore, atuação de redes de corrupção em diversas áreas de serviços administrativos relevantes (por exemplo saúde e segurança social) , utilização de pessoas coletivas como fachada, e o uso de tecnologias de informação visando o anonimato e impunidade”.
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