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Bielorrússia. Lukashenko não esperava que ofensiva na Ucrânia “se arrastasse desta maneira”

O presidente aliado de Putin acusou ainda Kiev de “provocar” Moscovo e de rejeitar as negociações de paz. Em relação aos exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia no início desta semana, Lukashenko disse que não representam uma ameaça.
5 Maio 2022, 14h26

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse que não esperava que a ofensiva da Rússia na Ucrânia “se arrastasse desta maneira”, acusando ainda Kiev de “provocar” Moscovo e de rejeitar as negociações de paz.

“Mas não estou imerso neste problema o suficiente para dizer se vai de acordo com o plano, como dizem os russos. Quero enfatizar mais uma vez, sinto que esta operação se arrastou”, disse Lukashenko à “The Associated Press”. O aliado de Putin disse que “categoricamente” não aceita “nenhuma guerra”.

“Fizemos e estamos a fazer tudo agora para que não haja guerra. Foi graças a mim que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia começaram”. “Mas por que a Ucrânia, em cujo território uma guerra está em andamento… não está interessada nessas negociações?”, questionou.

Lukashenko disse ainda que seria “inaceitável” usar armas nucleares, mas acrescentou que não poderia dizer se a Rússia tem planos para isso e que é uma questão para se perguntar “à liderança russa”.

“O uso de armas nucleares não é apenas inaceitável porque está bem ao nosso lado – não estamos do outro lado do oceano como os Estados Unidos. Também é inaceitável porque pode derrubar a nossa bola terrestre para fora da órbita sabe-se lá para onde ”, afirmou.

A Bielorrússia é publicamente a favor da decisão de Putin invadir a Ucrânia e chegou a dizer ao presidente russo que a Ucrânia planeava atacar o país de Lukashenko. A intervenção russa terá impedido a ação, defende o chefe de Estado.

Em relação aos exercícios militares bielorrussos perto da fronteira com a Ucrânia no início desta semana, Lukashenko disse que não representam uma ameaça. “Nós não ameaçamos ninguém e não vamos ameaçar”, indicou, garantindo que “não é do interesse do Estado bielorrusso”.

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