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BiLD Analytics: como a ciência dos dados conquistou empresas internacionais

“Cada vez mais os empresários entendem que sem medir não é possível gerir e, por isso, as perspetivas para o mercado são de crescimento nas próximas décadas”, afirma um dos fundadores da BiLD Analytics ao JE.
  • João Paulo Oliveira, co-fundador da BiLD Analytics
15 Abril 2020, 07h45

A BiLD Analytics nasceu como um seguimento da Nova de Lisboa, depois de dois alunos se conhecerem no que é considerado o melhor mestrado da área de Gestão de Informação e Negócios, por três anos consecutivos.

Em entrevista ao Jornal Económico, João Paulo Oliveira, um dos co-fundadores da empresa explica como tomaram a decisão de criar a empresa, como foi a evolução num mercado ainda desconhecido para grande parte das empresas e quais os planos para o futuro.

Da vasta lista de clientes, encontram-se nomes como ExxonMobil e o Governo da Arábia Saudita.

Como surgiu a oportunidade de criar a empresa?
A BiLD Analytics nasceu como spin-off da Universidade Nova de Lisboa. Eu e o Diogo Dias – os dois sócios fundadores da empresa – conhecemo-nos no mestrado em Information Management & Business Intelligence da Nova Information Management School.

Na altura trabalhávamos os dois em empresas multinacionais e sentimos que as empresas ainda estavam longe de extrair o valor máximo que esta área permite. Foi por esse motivo que nos demitimos e criámos a BiLD Analytics, procurando assim colocar ao serviço das organizações as melhores técnicas e os melhores softwares mundiais que permitem gerar valor através dos dados. Nesta fase inicial, a empresa foi investida pelo grupo The Loop Co., o que permitiu criar os meios e a estrutura necessários para a empresa crescer.

Os profissionais das tecnologias de informação estão entre os mais procurados e os salários apresentam previsões de aumento. Quais as perspetivas da BiLD Analytics para este mercado?
A BiLD Analytics nasceu no final de 2018. Hoje, com pouco mais de um ano e meio de existência, temos a segurança de uma equipa sólida e alargada e um conjunto de clientes que acreditaram e continuam a acreditar em nós. Desta forma, as nossas perspetivas são, para já, as melhores.

O crescimento da procura de profissionais das tecnologias de informação é um facto inegável e que sentimos todos os dias no mercado. Essa procura é ainda mais acentuada dentro do nosso nicho – a ciência de dados. Isto deve-se essencialmente a dois fatores: por um lado, ao ritmo elevadíssimo com que são gerados dados nos dias de hoje, sendo essencial extrair valor dos mesmos; por outro lado, a uma consciência cada vez maior por parte dos empresários de que a implementação de analytics de forma transversal é imperativa para as empresas, sob pena
de perderem a corrida para a concorrência.

Cada vez mais os empresários entendem que sem medir não é possível gerir e, por isso, as perspetivas para o mercado são de crescimento nas próximas décadas, independentemente de algumas flutuações provocadas por fatores externos.

Quem são os clientes da BiLD Analytics?
Neste momento, e apesar de termos menos de dois anos de atividade, contamos com alguns gigantes internacionais no nosso portefólio, como a ExxonMobil, a Carlsberg Group ou o Governo da Arábia Saudita. Por outro lado, também já nos aliámos a grandes empresas tecnológicas, como a Alteryx, Avanade e a Novabase.

A confiança que temos sido capazes de gerar nos nossos clientes, através de uma equipa única, é o ativo de que mais nos orgulhamos neste percurso.

Como é que a BiLD Analytics ajuda os clientes a encontrar soluções para as suas necessidades?
A proposta que oferecemos é bastante alargada e pretende responder aos desafios globais que cada uma das empresas enfrenta nesta área: definição de uma estratégia de analytics adaptada a cada organização; desenvolvimento dos projetos necessários para a execução desta estratégia; upskilling das equipas internas, de forma a que estejam preparadas para os desafios desta nova área; e outsourcing, isto é, a colocação de alguns dos nossos consultores mais experientes nos clientes, de forma a poderem ajudar internamente as equipas de desenvolvimento.

Em termos concretos, muitas das vezes, antes de podermos começar a trabalhar os dados, é necessário montar a infraestrutura que nos permita ter os dados organizados e uma única fonte de verdade. A partir daí, podemos trabalhar na geração de reports automáticos, criar métodos de análise preditiva através de ferramentas que permitam às equipas de gestão fazer análises de variáveis fundamentais para o negócio.

Presentes em três continentes, quais os maiores desafios que já enfrentaram? Qual o mercado mais representativo para a empresa neste momento?
Neste momento temos clientes na Europa, Canadá e Médio Oriente. A maior parte dos nossos clientes internacionais têm empresas subsidiárias em Portugal, fazendo assim com que, de forma agregada, o país com mais expressão na nossa faturação seja Portugal. De qualquer forma, é seguido de perto por países como a Bélgica, Reino Unido,
Hungria e Arábia Saudita.

Existem planos para mais expansões?
Claro que sim. Queremos, obviamente, continuar a crescer juntos dos nossos clientes atuais, que já confiam em nós e com os quais já estamos a criar valor, mas paralelamente, também é uma prioridade continuar a nossa aposta no mercado internacional, onde as empresas já se encontram numa fase mais madura nesta área e com outro tipo de desafios. O Benelux e o Reino Unido são regiões em que vamos continuar a apostar.

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