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Bitcoin para iniciantes

Que valias trouxe a Bitcoin para as pessoas? São 3 as suas principais valias que a tornam diferenciada e disruptiva: conceção anti-inflacionária, descentralização e independência.
7 Junho 2022, 06h15

Neste artigo procuro responder às principais questões básicas sobre a Bitcoin: o que é, como surgiu, há quanto tempo existe, quais as suas principais valias, como tem variado a sua cotação ao longo do tempo, e como pode um cidadão comum comprá-la e vendê-la.

O que é a Bitcoin? Em primeiro lugar, é uma criptomoeda. Vamos por partes. Em primeiro lugar, é uma moeda, servindo como meio de troca e como reserva de valor, ou seja, é possível comprar e vender em Bitcoin e acumular riqueza em Bitcoin. Por ser uma moeda recente, ainda não funciona como unidade de conta, a outra característica típica das moedas, uma vez que as pessoas estão habituadas a pensar nos preços das coisas em termos de moeda fiduciária, como o Euro no caso da Zona Euro.

Para percebermos porque se chama a Bitcoin de criptomoeda, é preciso antes entender que é uma moeda descentralizada e eletrónica. Enquanto as moedas fiduciárias são centralizadas, porque a sua emissão é centralizada no respetivo banco central, a Bitcoin pode ser emitida por inúmeros cidadãos espalhados pelo mundo. É eletrónica porque funciona de forma totalmente virtual, sendo a segurança das transações assegurada por recurso à tecnologia blockchain. É nesse ponto da segurança que entra a faceta criptográfica da Bitcoin, pois a criptografia garante que as comunicações que concretizam a transação entre comprador e vendedor são efetuadas de forma segura.

Como surgiu a Bitcoin? Há quanto tempo existe? O domínio bitcoin.org foi registado em agosto de 2008, onde se publicou a definição da Bitcoin no white paper Nakamoto, Satoshi (31 October 2008), “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”. O software respetivo foi implementado em janeiro de 2009, tendo sido utilizado nesse mesmo mês para a primeira transação. Em julho de 2010 a Bitcoin começou a ser cotada em US$, de forma análoga a qualquer ação de empresa numa bolsa de valores. A primeira cotação foi a 0.0008. Vejamos a evolução das cotações no início de cada ano par e as respetivas variações relativas no biénio:

2012: 5.5 2014: 938.8 2016: 369.8 2018: 17172.3 2020: 7376.8 2022: 47738

2012-14: +16969% 2014-16: -61% 2016-18: +4544% 2018-20: -57% 2020-22: +547%

Isto é, contudo, um resumo da variação do seu preço. Outra coisa é o seu valor. Que valias trouxe a Bitcoin para as pessoas? São 3 as suas principais valias que a tornam diferenciada e disruptiva: conceção anti-inflacionária, descentralização e independência. Vejamos uma de cada vez.

A Bitcoin foi desenhada para que a tendência do seu valor de troca seja ascendente, ao contrário das moedas fiduciárias que, sem exceção, sofrem perda de valor de troca no longo prazo. Por exemplo: 1 Euro hoje compra 1 kg de maçãs, há 10 anos comprava 2 kg de maçãs. Em termos de troca por maçãs o Euro perdeu 50% do seu valor, logo quem manteve euros no bolso perdeu 50%. 1 Bitcoin hoje compra 30 toneladas de maçãs, há 10 anos comprava 12kg de maçãs, em termos de troca por maçãs a Bitcoin ganhou 250 000%, logo quem manteve bitcoins no bolso ganhou 250 000%.

Uma segunda valia é a descentralização, uma vez que não há uma entidade central que a emita e regule. As vantagens para o utilizador são a maior privacidade, o menor custo de transação e a não exposição a políticas monetárias irresponsáveis. Finalmente, a independência traz ao utilizador a impossibilidade de confisco e a não taxação.

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