[weglot_switcher]

Bloco entra de rompante com a fiscalidade

Parceiro dos socialistas abriu as portas ao debate sobre um tema que tem sido quase fraturante na sociedade: a nova taxa sobre o imobiliário acima dos 500 mil euros.
  • “Temos barragens a mais, as barragens provocam evaporação, portanto nós estamos sempre a perder água e isto é um problema muito complicado.”
22 Setembro 2016, 16h11

Depois do debate mais ou menos morno entre António Costa e Pedro Passos Coelho, Catarina Martins entrou a ‘matar’: deixou de lado planos gerais e perguntou se alguém decente pode estar contra a medida fiscal patrocinada pelo Bloco de Esquerda que, incidindo sobre 1% da população, quer taxar o património imobiliário acima de meio milhão de euros.

“Este país não é um off-shore”, disse Catarina Martins. “Se tivermos que taxar os mais ricos para distribuir pelos mais pobres, a isso chama-se justiça”, recordou. No seu tom mais ou menos exaltado, que o presidente do Parlamento quis moderar, a líder do Bloco de Esquerda perguntou ao primeiro-ministro se está disponível para manter o nível de cortes de financiamento aos partidos – algo que o PSD quer deixar de lado.

António Costa foi claro: para a OCDE, Portugal foi o primeiro país daquele grupo em termos de aumento da carga fiscal ao nível dos escalões mais baixos da população. Depois de elencar aquilo que o Governo fez em termos fiscais – dando a ideia de que a pergunta do Bloco tinha sido previamente ‘ensaiada’ – António Costa (“um moderado social-democrata desde os 14 anos”, disse) voltou a dizer que a justiça fiscal é uma prioridade para o seu executivo. Quanto aos partidos, foi menos claro: “é preciso fazer esse debate com calma e não condicionará esse debate na Assembleia da República”. De qualquer modo, no Orçamento de Estado não haverá alterações sobre a matéria.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.