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Bloco faz ultimato ao Governo sobre OE2021: “Até à votação na generalidade, há tempo para reconsiderar”

A deputada bloquista Mariana Mortágua sinalizou que, nas versões preliminares do OE2021, “não estão refletidas” várias medidas consideradas essenciais para o BE, mas admite que o partido “não fecha portas” às negociações com o Governo, “até à votação na generalidade”.
  • Cristina Bernardo
12 Outubro 2020, 15h57

O Bloco de Esquerda (BE) fez esta segunda-feira um ultimato ao Governo para que, “até à votação na generalidade”, reconsidere as medidas que constam na proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021). A deputada bloquista Mariana Mortágua sinalizou que, nas versões preliminares do OE2021, “não estão refletidas” várias medidas consideradas essenciais para o BE, mas admite que o partido “não fecha portas” às negociações.

“O BE não fecha portas; nunca fechámos. A nossa proposta está aberta. Até à votação na generalidade, há tempo para o Governo reconsiderar as propostas que colocámos em cima da mesa. Elas são pontos essenciais para que o Bloco possa caucionar ou apoiar a resposta à crise que aí vem e, por isso, somos tão exigentes”, afirmou Mariana Mortágua, em declarações à RTP3, a propósito do OE2021, que será entregue esta tarde no Parlamento.

A parlamentar bloquista salientou que “há meses que o Governo sabe exatamente quais são as condições para o BE poder aprovar e viabilizar este orçamento” e garantiu que “mão há uma única nova exigência”. Segundo a deputada, essas exigências que o BE apresentou para viabilizar o OE2021 “não são caprichos”, mas medida “essenciais para responder a uma crise que vai ser muito dura e vai atingir a vida das pessoas”.

No caderno de encargos apresentado pelos bloquistas constam medidas como a contratação de mais médicos e profissionais de saúde para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a imposição de medidas para “dificultar os despedimentos” nas empresas, impedir que seja injetado mais dinheiro no Novo Banco “sem se fazer uma nova auditoria” e ter “uma prestação social robusta”, elencou Mariana Mortágua.

Tal como a líder bloquista já tinha referido esta manhã, a deputada considera que, nas versões preliminares do OE2021 que até agora foram sendo conhecidas, “não estão refletidas” algumas dessas propostas que para o BE são essenciais. Para o Bloco poder concordar com o OE2021, Mariana Mortágua sublinhou que o documento precisa de apenas como uma coisa: “dar uma resposta à crise que achamos que seja eficaz, justa e que tenha bom resultado”.

“Mantemos a porta aberta para o caso do Governo quer reconsiderar estas medidas”, frisou, acrescentando que as condições impostas pelo BE para a viabilização do OE2021 “são essenciais para responder a uma crise que vai ser muito dura e vai atingir a vida das pessoas”.

A votação na generalidade está marcada para 28 de outubro e a votação final global para 27 de novembro.

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