O bloqueio causado pelo cargueiro preso no Canal do Suez deverá causar perdas de centenas de milhões de euros para a indústria seguradora, segundo a Fitch, afetando as receitas do sector. Ainda assim, a instituição financeira não antevê efeitos aos perfis de crédito das mesmas.
A Fitch sublinha a necessidade de salvaguardar perdas de empresas com mercadoria a bordo do Ever Given, um dos maires cargueiros do mundo, sobretudo de bens não-duradouros e por disrupções às suas cadeias de fornecimento. Ainda assim, os montantes a pagar por danos ao navio em si, que costumam ascender aos milhares de milhões, deverão ser reduzidos, dado que o cargueiro parece ter ficado relativamente intocado.
As perdas para as seguradoras dependerão assim da capacidade de retoma do normal fluxo do tráfego num dos pontos mais importantes para o comércio internacional, por permitir a passagem mais curta entre Europa e Ásia. O incidente terá deixado cerca de 300 navios impedidos de transitar o canal, incluindo petroleiros, porta-contentores e embarcações transportando gás natural ou de petróleo.
Este evento terá assim consequências nos resultados do primeiro semestre do sector, antecipa a Fitch, com as perdas distribuídas por um “painel global” de firmas. A instituição financeira relembra ainda outros desastres registados já este ano que impactarão as receitas das seguradoras, como a tempestade de neve no Texas ou as inundações na Austrália, às quais se somam indemnizações relacionadas com a pandemia.
Ainda assim, a indústria goza de balanços fortes, dados os aumentos de preço no passado recente em produtos ligados a seguros não-vida, tal como deverá suceder agora no mercado do transporte marítimo de carga. Como tal, a análise da Fitch prevê mercados com maiores pressões de preço, mas mantendo fortes resultados em 2021.
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