BMCar com planos de fechar triénio até 2024 com volume de negócios de 570 milhões de euros

A grupo BMcar – distribuidor em Portugal da BMW e da Mini – anunciou hoje que pretende chegar fechar o triénio de 2022-2024 com um volume de negócios acumulado de 570 milhões de euros. Em conversa com o Jornal Económico, Pedro Rodrigues, o CEO da BMCar – que é parceiro do BMW Group desde 1994 – diz que o grupo está no bom caminho, depois de um 2021 que foi o melhor ano de sempre da empresa.

“Em 2021 tivemos um crescimento de 23% face a 2020, o primeiro ano da pandemia, mas ainda assim acima de 2019. No total, a BMcar chegou aos 172 milhões de euros de volume de negócio no ano passado, vendeu 3.531 viaturas e mais de 21 milhões de euros só na área do pós-venda”, disse Pedro Rodrigues.

“Em 2020, em plena pandemia, nós crescemos 10% do nosso negócio. E em 2021 crescemos 23%. Crescemos em cima de crescimento. O EBIT também acompanhou na mesma medida o crescimento da nossa atividade”, disse.

O objetivo de chegar aos 570 milhões de euros em faturação no triénio faz parte do Plano Estratégico da BMcar para 2022, 2023 e 2024, no qual o grupo também tem como metas vender perto de 12 mil viaturas e garantir cerca de 115 mil ordens de intervenção na área do após-venda.

“Estamos a atravessar uma forte transformação do setor automóvel a vários níveis, como no caso do produto, como se distribui, como se realizam os negócios. Será um período de tempo que nos irá obrigar a adaptarmo-nos de uma forma ainda mais rápida a esta nova realidade”, explica Pedro Rodrigues.

Uma das grandes mudanças passa desde logo pelo tipo de carros vendidos. Se atualmente, o volume de carros 100 por cento elétricos anda em torno dos 5% do volume total da BMCar, em 2024, diz Pedro Rodrigues, essa percentagem vai disparar para perto de metade (50% do total de carros vendidos).

“A nossa expectativa até 2024 é que, só na componente de elétricos 100% eléctricos, na marca BMW e na marca MINI, essa quota que hoje andará na casa dos 5% ela passará até 2024 para a casa dos 50%. Estamos a falar de um aumento brutal. E aqui a componente fiscal é superimportante”, salientou. A vantagem, neste caso, vai para o consumidor português.

“No que diz respeito a essa matéria, por exemplo, aquilo que para nós em Portugal – nas duas marcas (BMW e Mini) – representa os tais 40% em 2021 (entre 100% elétricos e híbridos), em Espanha é pouco mais de 10%. Porquê? Porque lá não tem havido esta componente, não tem havido o mesmo nível de incentivos. Lá a questão da compra de veículos elétricos não está tão agressiva quanto em Portugal. E isso faz toda a diferença, porque nós não acreditamos que o consumidor espanhol e o consumidor português tenham comportamentos de consumo radicalmente diferentes”, estima.

Para este ano, a venda de carros novos – em termos genéricos – deverá abrandar, estima Pedro Rodrigues. “Em relação à venda de viaturas novas, aquilo que nós antecipamos e prevemos para 2022 é que seja um ano de crescimento, não ao ritmo – em termos genéricos – dos 23% que tivemos em 2021, mas mais ténue, na casa entre os seis e os oito por cento”. Mas nas viaturas usadas o cenário muda de figura.

“O mercado nos últimos dois anos fez menos vendas de viaturas. Em termos gerais, fez menos Rent-a-Car, fez menos negócio em termos gerais. Portanto, há neste momento uma escassez crescente de viaturas usadas no mercado. Portanto há atividade, nós temos actividade, mas qual é o factor crítico aqui para termos um ano em linha com aquilo que esperamos? É a nossa capacidade de compra. Se nós conseguirmos ter uma boa capacidade de compra, aí teremos um ano pelo menos ao nível de 2021. Se nós não tivemos uma capacidade de compra em linha com isso, provavelmente até podemos correr algum risco de decrescer o nosso negócio de usados”, explica Pedro Rodrigues.

A BMcar conta atualmente com mais de 260 colaboradores e seis localizações, todas no Norte do País: Braga, Viana do Castelo, Barcelos, Póvoa de Varzim e duas bo porto – Porto/Aliados e Porto/Circunvalação.