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Bob Dylan galardoado com o Nobel da Literatura

Os membros do júri da Academia Sueca elegeram há momentos o norte-americano para receber o mais importante galardão literário.
13 Outubro 2016, 12h06

Bob Dylan foi esta quinta-feira anunciado pela Academia Sueca como o vencedor do 113º Nobel da Literatura, por “ter criado novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana”.

A secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, numa breve entrevista depois de anunciar o premiado, explicou que Bob Dylan mereceu esta distinção por ser “um grande poeta na grande tradição poética inglesa”. Sara Danius lembra que há 54 anos que o cantor, poeta e compositor se “reinventa, criando novas identidades”.

Nascido no estado norte-americano de Minnesota, Bob Dylan, pseudónimo de Robert Allen Zimmerman, começou a escrever os primeiros poemas com apenas dez anos. Na adolescência, aprendeu sozinho a tocar piano e guitarra.

Deixou a universidade para ir explorar as origens do rock and roll em Nova Iorque, em 1960.

Estreia-se na literatura em 1966 com a publicação de “Tarântula”, a sua única obra de ficção. O livro mistura prosa e poesia e, ao estilo de Jack Kerouac, William S. Burroughs e Allen Ginsberg, engloba uma série de monólogos interiores, pensamentos e sentimentos que lhe passavam pela mente.

Anos antes, em 1962, Dylan havia lançado o seu primeiro álbum, com o nome “Bob Dylan”, ao qual se seguem “Blonde On Blonde” (1966) e “Blood On The Tracks” (1975), célebres obras do seu legado.

Em 2012 quando lançou “Tempest”, muitos pensaram que seria o seu último álbum, uma vez que tem o título da última peça de Shakespeare, mas em 2015 o compositor voltava aos palcos com a apresentação do álbum “Shadows in the Night”. Este ano lançou o seu 37º álbum – “Fallen Angels” –, que dedicou a Frank Sinatra.

A secretária permanente da Academia Sueca destaca o álbum de Dylan “Blonde on Blonde”, de 1966, que é um “exemplo extraordinário da sua forma brilhante de rimar e do seu pensamento pictórico”.

Com uma voz áspera e perturbante, a CBS promoveu-o com a frase “Nobody Sings Dylan Like Dylan”.

O livro mais popular do músico é o “Crónicas: Volume um”, lançado em 2004, onde num registo autobiográfico nos dá a conhecer alguns pormenores da sua vida.

Conhecido por ser uma pessoa reservada e de poucas palavras, fez das questões sociopolíticas, como o racismo, a guerra fria e a injustiça social, tema para as suas músicas.

O norte-americano torna-se assim o primeiro músico a receber o maior prémio da Literatura. O anúncio foi recebido na conferência de imprensa com alguma surpresa e uma grande ovação.

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