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Boeing lança oferta de títulos de 23 mil milhões de euros

A Boeing anunciou o lançamento de oferta de títulos no valor de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros), para “manter a liquidez a fluir”, muito afetada devido à crise na aviação provocada pela covid-19.
1 Maio 2020, 09h14

A oferta de títulos inclui instrumentos de dívida com um valor principal agregado de 25 mil milhões de dólares em sete tranches com vencimentos que variam de três a 40 anos.

“Estamos satisfeitos com a resposta à nossa oferta de títulos hoje [quinta-feira], que é uma das várias etapas que estamos a tomar para manter a liquidez a fluir nos nossos negócios e nas 17.000 empresas da cadeia de suprimentos do nosso setor”, indicou a empresa aeronáutica norte-americana.

Assim, a Boeing renuncia “neste momento” aos 17 mil milhões de dólares que lhe foram reservados através do gigantesco plano de renascimento da economia norte-americana votado pelo Congresso.

“Até ao fecho desta transação, previsto para segunda-feira, 04 de maio, não planeamos buscar financiamento adicional através do mercado de capitais ou das opções do Governo dos EUA, neste momento”, explicou a Boeing.

“Continuaremos a avaliar a nossa posição de liquidez à medida que a crise da saúde e o nosso ambiente dinâmico de negócios evoluírem”, concluiu a empresa aeronáutica norte-americana.

Na quinta-feira, a Boeing revelou que no primeiro trimestre do ano fiscal teve um prejuízo de 628 milhões de dólares (558 milhões de euros), devido ao impacto da pandemia da covid-19, e que vai despedir 16.000 trabalhadores enquanto procura liquidez.

“Vamos ser uma empresa mais pequena durante um tempo. Temos trabalhado arduamente para manter a estabilidade da força de trabalho (…), mas vemos que nos próximos anos, com a queda da procura, a produção não permite suportar a força laboral que hoje temos”, disse o presidente executivo da empresa aeronáutica norte-americana, David Calhoun, numa teleconferência de apresentação dos resultados trimestrais.

O gestor referiu ainda que a Boeing está a “adotar medidas para reduzir a sua força de trabalho em cerca de 10% até ao final deste ano”, de um total de 160.000 trabalhadores, através da “combinação de rescisões amigáveis e despedimentos”.

A Boeing está a enfrentar “uma crise global sem comparação alguma com outras” e está a focar-se em “conseguir liquidez”, tendo agradecido aos 26 países que avançaram com pacotes de ajuda económica específicos para o setor aeroespacial e das companhias aéreas.

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