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Bolha imobiliária? “O que houve foi uma venda elevada do património”, diz confederação

“Os centros das cidades foram inflacionados mas ficam por aqui. Quem comprou, comprou”, diz o presidente da CPCI, Manuel Reis Campos, em entrevista ao “Jornal de Negócios”.
23 Janeiro 2018, 10h23

A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) está confiante de que o ano de 2018 será um ano de consolidação da atividade no setor, prevendo-se um crescimento na ordem dos 4,5%. Em entrevista ao “Jornal de Negócios”, o presidente da CPCI, Manuel Reis Campos, recusa a ideia de que exista uma bolha no imobiliário, dizendo que a inflação dos preços se verificou apenas no centro das cidades.

Manuel Reis Campos considera que o país, passada a crise, deve passar a apostar no investimento, sendo necessários no setor 70 mil trabalhadores.

“O país não pode estar permanentemente sem investir. Temos de investir. Foi desastrosa a política seguida no Governo anterior em relação ao setor porque praticamente se acabou com ele. As empresas tiveram de internacionalizar-se, algumas desmantelar-se. Agora ficámos numa situação particular de falta de mão de obra”, explica.

O presidente da CPCI adianta que o setor da construção e imobiliário precisa de 60 ou 70 mil trabalhadores “para se equilibrar”, tendo em conta que “hoje temos no subsídio de desemprego 57 mil trabalhadores”. Manuel Reis Campos dá conta de que, desde 2012, o setor perdeu 43% da produção e deu-se a saída de 37 mil empresas do mercado.

“Em 2017, há uma recuperação generalizada, quer na construção de edifícios residenciais – que aumentou 8% –, quer na de edifícios não residenciais – que cresceu 3,4% – quer ainda na engenharia civil, onde a subida de 6%”, nota, acrescentando que 2018 será um ano de consolidação desse crescimento.

Manuel Reis Campos recusa, no entanto, a ideia de que haja uma bolha imobiliária. “O que houve foi uma venda elevada do património”, considera. “Os centros das cidades foram inflacionados mas ficam por aqui. Quem comprou, comprou. É um mercado que tem uma dimensão e esgotou-se. Os centros das cidades foram infecionados, mas esse mercado terminou”, garante.

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