[weglot_switcher]

Bolt Portugal: “Acreditamos que as crises trazem também espaço a novas oportunidades de negócio”

Entre carros, bicicletas elétricos, trotinetes e agora estafetas de mala às costas, a Bolt abriu horizontes e expandiu o seu modelo de negócios. Entre o serviço de passageiros e o transporte de alimentos, qual o balanço de 2020 e o futuro para 2021 na Bolt?
  • Fotografia cedida
16 Dezembro 2020, 07h35

Num ano atípico, em que a entrega de comida ao domicílio substituiu as idas a restaurantes, a Bolt reinventou-se e investiu num serviço de entrega de géneros alimentares, equiparando-se a outros concorrentes, adicionando esta opção à sua já extensa lista de serviços existentes na plataforma.

Entre carros, bicicletas elétricos, trotinetes e agora estafetas de mala às costas, a Bolt abriu horizontes e expandiu o seu modelo de negócios. O Jornal Económico falou com o country manager da Bolt em Portugal, David Ferreira da Silva, onde abordou todo o desenvolvimento do negócio em tempos pandémicos, desde a quebra de atividade superior a 90% até aos planos para o futuro.

Anunciaram recentemente a quarta geração das trotinetes Bolt. Em que difere esta quarta geração para a primeira?
A segurança é uma das principais preocupações da Bolt e, nesse sentido, trabalhamos continuamente com o objetivo de introduzir novas funcionalidades que nos permitam disponibilizar serviços cada vez mais seguros. O facto de as trotinetes elétricas serem totalmente desenvolvidas internamente é algo que nos permite criar processos mais eficientes de forma rápida e totalmente ajustada às necessidades dos utilizadores. A quarta geração de trotinetes da Bolt é reflexo desta evolução, sendo pensadas especificamente para garantir ainda mais
estabilidade e manobras mais seguras. Para tal, este novo modelo está equipado com um conjunto de novas funcionalidades, tais como sensores com capacidade para detetar acidentes, quedas, travagens bruscas, padrões de condução inseguros e alertas de voz inteligentes para
notificar os utilizadores sobre as áreas pedonais, áreas de baixa velocidade ou restrições de estacionamento, que permitem minimizar o risco de acidentes e realizar um acompanhamento imediato por parte das equipas de intervenção, sempre que necessário.

Nos últimos meses, a Bolt passou a entregar refeições, disponibilizou bicicletas elétricas para Lisboa e anunciou um investimento de 100 milhões de euros em 2021 para se tornar a maior empresa de trotinetes na Europa. A pandemia impulsionou o negócio da Bolt?
Este foi, sem dúvida, o ano mais desafiante de sempre para a Bolt. A pandemia trouxe uma grande crise a todo o setor, contudo, acreditamos que as crises trazem também espaço a novas oportunidades de negócio, e foi com esse intuito que atuámos durante estes meses. O facto de a
procura de viagens ter reduzido drasticamente, impulsionou a que criássemos uma categoria que permitisse aumentar o nível de segurança durante as viagens, o Bolt Protect, e ainda agilizar a introdução de novas áreas de negócio no país, tais como a Bolt Delivery, Bolt Food ou o reforço das trotinetes e bicicletas elétricas.

Na Web Summit, o fundador Markus Villig disse que o mês de abril foi o pior de sempre para o negócio. Como tem sido a adaptação desde o início da pandemia?
Durante os meses de abril e maio, em que existiu um forte bloqueio à mobilidade nas cidades, sentimos uma queda enorme ao nível do negócio, a rondar os 90%. Contudo, em junho começámos a recuperar rapidamente e, neste momento, estamos já com a operação a decorrer
a níveis acima do que estava a acontecer em fevereiro. Outros fatores que acreditamos terem contribuído para a recuperação foi o facto de as pessoas quererem evitar os transportes colectivos e a introdução de outras linhas de negócio que criaram sinergias com o negócio de ride-hailing.

Relativamente às viagens de automóvel, e ao transporte de passageiros, o número de viagens tem aumentado ou diminuído ao longo dos meses? Para quanto?
Felizmente, o número de viagens realizadas diariamente antes da pandemia é já semelhante ao número de viagens que realizamos atualmente. Existiu uma quebra muito significativa da procura desde o início do confinamento e até ao mês de agosto, mas conseguimos adaptar-nos à situação e assim recuperar o ritmo de negócio. Contudo, de acordo com os dados que temos neste momento, a segunda vaga da pandemia está a ter novamente um forte impacto na procura do serviço.

A micromobilidade tem sido uma das modalidades mais destacadas dos últimos tempos. Qual o balanço deste segmento em Portugal?
Acreditamos que o futuro do transporte urbano passa pela combinação de transportes públicos eficiente complementada por uma rede de serviços de mobilidade on demand com lógica partilhada, em que o meio de transporte não é detido pelos utilizadores, como acontece no ride-hailing, trotinetes e bicicletas elétricas. A introdução dos serviços de micromobilidade em Lisboa foi uma das grandes apostas da Bolt este ano e que está em linha com o nosso objetivo de proporcionar aos portugueses a opção de se deslocarem de forma cada vez mais acessível, rápida, sustentável e adequada a cada situação, seja num carro mais premium para uma viagem cómoda, seja utilizando uma trotinete elétrica para evitar o trânsito e apanhar ar fresco. O feedback a esta novidade tem sido muito positivo, com a procura a crescer a um ritmo acelerado, o que nos levou a introduzir mais 100 bicicletas elétricas na cidade de Lisboa no final do ano. O investimento de 100 milhões de euros que recebemos irá permitir-nos introduzir mais 130 mil trotinetes e bicicletas elétricas em mais de 100 cidades, tornando a Bolt o maior operador de mobilidade da Europa em 2021.

A Bolt Food é relativamente recente no mercado. Como tem sido a adaptação do mercado a um novo player?
A procura do novo serviço nestas primeiras semanas de lançamento tem sido bastante elevada e o feedback dos utilizadores é muito positivo. Neste momento, a Bolt continua a aumentar o número de estafetas para conseguir dar uma resposta adequada à elevada procura. Para dar a
conhecer a Bolt Food e incentivar também a que as pessoas sigam as recomendações da Direção Geral de Saúde e permaneçam em casa, temos estado a trabalhar em campanhas promocionais e descontos para os clientes poderem experimentar a nova app e os diferentes restaurantes, tais como descontos no menu inteiro, promoções “compra um recebe outro grátis” e entregas grátis até 4 km. Em relação à adesão dos restaurantes, temos sentido um aumento significativo de estabelecimentos interessados em juntar-se e, como tal, estamos a trabalhar para os adicionar e continuar a aumentar e diversificar a oferta, bem como dar-lhes mais visibilidade nos vários canais digitais. Além disso, temos vindo a expandir a área de atuação gradualmente, sendo que atualmente a Bolt Food está já disponível de Algés à Expo e do Terreiro do Paço a Benfica.

Num ano atípico, qual o balanço que a Bolt pode fazer?
Este foi, certamente, um ano muito atípico e que nos desafiou a reinventarmos a grande velocidade para conseguir dar resposta às necessidades e exigências do mercado, sem certezas do que estaria ainda por vir. Contudo, embora os desafios tenham sido grandes, fomos capazes de nos adaptar à situação e a prova disso é o facto de terminarmos o ano com três novas linhas de negócio (bicicletas elétricas partilhadas, Bolt Food e Business Delivery), que estão a ter a ter boa tração no mercado.. O facto de sermos desde sempre uma empresa muito focada na eficiência foi algo muito importante para conseguirmos ultrapassar esta fase difícil com sucesso, bem como a capacidade de preservar a confiança dos clientes através do reforço das estratégias de segurança sanitária em todos os serviços disponibilizados.

Quais os planos para 2021? Estão a planear expansões para mais cidades?
Sim, consideramos fundamental disponibilizar os nossos serviços também no interior do país, e não apenas nas grandes cidades do litoral, por isso iremos continuar a expandir-nos para mais cidades durante o próximo ano, até alcançarmos todo o território nacional e termos uma rede de serviços Bolt do Norte a Sul e do interior ao litoral. O nosso objetivo é facilitar o dia a dia de todos os portugueses, por isso continuaremos a expandir todos os nossos serviços, seja ride-hailing, micromobilidade ou Bolt Food, para mais cidades do país.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.