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Bombardeamento por engano na Nigéria terá causado 236 mortos

O bombardeamento acidental por parte da Força Aérea Nigeriana a um campo de refugiados, que procuravam fugir da violência do grupo radical Boko Haram, pode ter matado 236 pessoas, segundo autoridades locais.
21 Janeiro 2017, 21h37

O bombardeamento acidental por parte da Força Aérea Nigeriana a um campo de refugiados, que procuravam fugir da violência do grupo radical Boko Haram, pode ter matado 236 pessoas, segundo autoridades locais, citadas pela agência AFP.

Na sexta-feira, os Médicos Sem Fronteiras adiantaram que pelo menos 90 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, morreram no ataque acidental, admitindo que esse número pudesse aumentar até 170 mortos. No entanto, o presidente do governo local de Kala-Balge, no estado de Borno, onde o ataque teve lugar, garantiu hoje que o número de mortos é muito maior.

“Do que as pessoas me disseram, e falo das que enterraram as vítimas com as suas próprias mãos, e não das que trataram os feridos, foram sepultados 234 mortos”, disse Babagana Malarima, acrescentando que dois dos feridos levados para Maiduguri morreram.

O campo bombardeado tinha sido montado para ajudar pessoas que fugiam dos islamitas do Boko Haram, no estado de Borno.

A Força Aérea Nigeriana disse que está a investigar o incidente, mas os comandantes militares já assumiram que se tratou de um erro.

“As pessoas estão realmente traumatizadas por perceber que um bombardeiro pertencente ao seu próprio país possa cometer estes erros e matá-las da maneira que aconteceu”, apontou, irritado. Disse, por outro lado, que se perderam vidas e bens e que, por isso, não chega sepultar os mortos e rezar pelas suas almas: “As suas famílias deveriam ser apoiadas da mesma maneira que acontece noutros países. Elas não deveriam ser esquecidas”. “O número de mortos é colossal. Nós estamos em sofrimento”, disse.

O ataque de terça-feira aconteceu quando trabalhadores humanitários estavam a distribuir comida em Rann, uma pequena localidade situada junto à fronteira com os Camarões, e onde entre 20 mil a 40 mil pessoas procuraram refúgio.

No ataque morreram também pelo menos seis funcionários da Cruz Vermelha, além de 13 feridos.

Posteriormente, quinta-feira à noite, o Boko Haram atacou Rann, deixando pelo menos 14 militares mortos.

Pelo menos 20 mil pessoas foram mortas e mais de 2,6 milhões estão deslocadas desde que os islamitas do Boko Haram começaram os ataques em 2009.

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