O candidato conservador Boris Johnson pode ter averbado uma enorme vitória, com 368 lugares, num quadro em que a maioria absoluta é conseguida a partir dos 326 lugares. Os trabalhistas averbam uma pesada derrota, não indo além dos 191 lugares, o pior resultado do partido em muitos anos.
O Brexit fica assim finalmente resolvido, com Boris Johnson a preparar-se para ir ao Parlamento pedir um voto de apoio ao acordo com Bruxelas, na tentativa de sair da União a 1 de janeiro ou o mais tardar a 31 desse mês.
Para além da muito fraca expressão dos votos nos trabalhistas, os liberais democratas também não deverão ir além dos 13 lugares – o que, a acrescentar aos votos dos trabalhistas, indica sem qualquer margem para dúvida que os britânicos votaram maioritariamente para saírem da União Europeia.
A dúvida que se instala a partir desta noite é perceber-se até quando Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas, irá manter o seu lugar. Os votos indicam que, ao contrário do que chegou a ser dito nos últimos dias de campanha, os britânicos rejeitaram as suas propostas radicais, onde avultavam as nacionalizações, o aumento dos impostos e o reforço dos gastos nas áreas sociais, da saúde pública e da educação.
Por outro lado, os nacionalistas escoceses (SNP) voltam a dominar na Escócia ao elegerem 55 deputados – o que é um sério aviso à navegação: Boris Johnson pode vir a ter aqui um problema complicado, se se verificar que a independência continua a ser um sonho para os escoceses. Referendo secessionista em 2020, resistência à saída da União Europeia, compensações pela austeridade e retirada das armas nucleares do território são apenas quatro dos itens do seu programa, que afasta o SNP dos conservadores britânicos.
Estes resultados são da responsabilidade da BBC, ITV e Sky, com os dados coligidos à boca das urnas, pedindo às pessoas que votem uma segunda réplica ao deixarem as assembleias de voto em 144 distritos eleitorais na Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Esta forma de sondagem previram quase exatamente os resultados finais – como em 2017 -, mas às vezes eles estão errados. Em 1992 e 2015, previram um parlamento sem maioria absoluta para os conservadores, o maior partido, mas o partido acabou com a maioria nas duas ocasiões.
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