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“Ninguém me disse era contra as regras”. Boris Johnson insiste que não mentiu sobre festa polémica

Questionado pelos jornalistas se tinha mentido sobre a festa, Johnson garantiu que “não”, e frisou que “ninguém me disse que o que estávamos a fazer era, como diz, contra as regras… Achei que estava a participar num evento de trabalho”.
  • EPA/ANDY RAIN
18 Janeiro 2022, 16h47

O primeiro-ministro britânico voltou a negar esta terça-feira as acusações feitas pelo seu seu ex-assessor que afirmou que Boris Johnson mentiu ao Parlamento relativamente à festa a que alegadamente foi em 2020, altura em que vigoravam no Reino Unido fortes medidas de conteção antiCovid, argumentando que ninguém o avisou que a “reunião”, onde era pedido que cada um trouxesse a “sua própria bebida”, poderia violar as regras decretadas pelo próprio Governo.

Questionado pelos jornalistas, esta terça-feira, se tinha mentido, Johnson garantiu que “não”, e frisou que “ninguém me disse que o que estávamos a fazer era, como diz, contra as regras… Achei que estava a participar num evento de trabalho”.

Boris Johnson voltou a insistir que foi transparente quanto às declarações da festa em Downing Street realizada em 2020 e na qual esteve presente, depois de ter sido acusado pelo seu antigo conselheiro de mentir perante a Câmara dos Comuns ao dizer que ninguém o tinha alertado que o referido evento violava as regras decretadas para conter a pandemia, refere a “Reuters”, esta terça-feira.

Johnson evitou perguntas sobre se abdicaria do cargo se provado que enganou o Parlamento, dizendo apenas que queria esperar o resultado de um inquérito interno.

“Ele é o primeiro-ministro, estabeleceu as regras, não precisava que ninguém lhe dissesse que a festa que ele iam contra elas”, disse Angela Rayner, vice-líder do Partido Trabalhista de oposição. “Se ele tivesse algum respeito pelo público britânico, faria a coisa decente e renunciaria.”

Recorde-se que Boris Johnson acabou por assumir que esteve presente num evento privado nos jardins de Downing Street, durante o primeiro confinamento, cedendo às pressões que enfrentava para se pronunciar sobre o caso.

“Quero pedir desculpa. Sei que milhões de pessoas neste país fizeram sacrifícios extraordinários nos últimos 18 meses”, começou por dizer Johnson, deixando uma palavra àqueles que perderam os mais próximos devido à Covid-19.

“Conheço a angústia por que passaram. (…) Sei qual é a raiva que sentem de mim e do governo que lidero quando pensam que em Downing Street as regras não estão a ser devidamente seguidas pelas pessoas que fazem essas mesmas regras”, continuou, admitindo estar a par da investigação em curso para apurar responsabilidades.

Johnson explicou que pensava tratar-se de um “evento de trabalho”, no qual permaneceu durante 25 minutos, admitindo que, porém, deveria ter interrompido essa reunião.

O caso tornou-se público depois de a estação televisiva ITV News ter dado a conhecer um email com o convite para a referida festa – organizada pela residência-oficial de Boris Johnson – que terá sido enviado por Martin Reynolds, um dos principais assessores de Johnson, para cerca de uma centena de pessoas.

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