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BPI consegue desblindar os estatutos

Assembleia Geral do BPI vota proposta para desblindagem dos estatutos.
  • Octávio Passos
21 Setembro 2016, 11h41

À terceira foi vez: a Assembleia Geral (AG) do BPI votou favoravelmente a proposta para desblindagem dos estatutos – abrindo assim as portas à OPA que os espanhóis do CaixaBank querem lançar sobre o banco liderado por Fernando Ulrich.

As propostas de desblindagem foram votadas pela maioria dos accionistas presentes, mas o representante da Isabel dos Santos, José Miguel Júdice, absteve-se, segundo fontes presentes na Assembleia.

Fica assim escrito o último capítulo da saga do BPI. Mas apenas esta temporada. A próxima tem a ver com a própria OPA, cujo primeiro capítulo estará para breve. Fica também resolvida uma dor e cabeça para o Banco Central Europeu, que desde 6 de Setembro passado – data do último adiamento da AG – pressionou fortemente o BPI para que conseguisse resolver o problema que havia surgido entre os accionistas do banco.

Fundamental para esta solução foi o facto de o grupo Violas ter deixado cair o seu bloqueio à AG – que tinha obrigado a duas suspensões – e a aparente venda de 2% do Banco Fomento de Angola a Isabel dos Santos, que assim fica com a maioria e o controlo de gestão da instituição angolana.

 

BPI “encerra” questão da desblindagem

O BPI, numa Assembleia Geral onde estava presente 88,87% do capital, conseguiu finalmente “encerrar o assunto da desblindagem do capital”, como referiu o presidente do Conselho de Administração, Artur Santos Silva, em conferência de Imprensa a seguir à reunião magna.

Na AG foram votadas duas propostas de desblindagem em tudo semelhantes: a do Conselho de Administração, que foi apoiada por 94% do capital presente; e a do grupo Violas Ferreira, sustentada por 88,4%. Santos Silva explicou que a Mesa da AG decidiu votar as duas propostas porque o impasse criado pelas duas providências cautelas avançadas pela Violas Ferreira impunha algumas cautelas adicionais.

Santos Silva explicou que o representante do grupo ‘dissidente’ anunciou a retirada das providências, mas é ainda preciso que o BPI conheça uma decisão formal tomada por um juiz. Na sequência da desistência por parte do grupo Violas Ferreira, o presidente eleito0 da AG, Osório de Castro, retomou o cargo.

No dia de ontem, como disse Santos Silva, o conselho do Banco de Portugal aprovou a proposta de venda dos 2% do Banco Fomento de Angola a Isabel dos Santos – tendo enviado essa proposta para a empresária angolana. Santos Silva admitiu que a venda Unitel tinha “como pressuposto” a desblindagem dos estatutos. Se a proposta for aceite, e Santos Silva não vê nenhuma razão para que não o seja, o BPI deixa de ser obrigado a consolidar o banco angolano. Cumprem-se assim as duas ‘obrigações’ que o Banco de Central Europeu impôs ao BPI: a redução da exposição do banco a Angola; e a desblindagem dos estatutos.

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