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Brexit: Barclays vai mover dinheiro de 5 mil clientes de Londres para Dublin

O plano do banco Barclays envolve transferir os bens de cinco mil clientes para proteger a instituição dos negócios realizados por causa do Brexit
  • Luke MacGregor/Reuters
31 Janeiro 2019, 12h54

O banco britânico Barclays vai transferir bens no valor de 190 mil milhões de euros para a Irlanda. O Barclays diz que esta medida serve como preparação para o possível não-acordo do Brexit.

As autoridades aprovaram esta quarta-feira passada, os planos de contingência do Brexit, que incluem a transferência dos ativos de cerca de cinco mil clientes para uma unidade em Dublin. “O Barclays vai usar a licença existente do banco para continuar a servir os nossos clientes dentro da União Europeia depois de 29 de março de 2019, independentemente do resultado do Brexit” afirmou o banco ao jornal The Guardian, e acrescentou que “as preparações estão avançadas e devem estar operacionais até essa data”.

A autorização do Barclays chegou dois meses depois do Royal Bank of Scotland pedir para transferir um terço do seu próprio investimento, clientes do banco e bens no valor de mil milhões para Amesterdão, em preparação para o Brexit.

Os movimentos para Dublin e Amesterdão são salvaguardas em relação ao um não acordo da saída do Reino Unido, permitindo-lhes continuar a servir vários clientes europeus, mesmo que Inglaterra falhe um acordo comercial que cubra os contratos de serviços financeiros.

A não existência de um acordo faria com que os bancos não conseguissem direitos de passaporte da União Europeia, o que atualmente lhes permite realizar negócios transnacionais em todos os países membros.

De forma a conseguir aprovação para a transferência, Justice Snowden afirmou que “devido à incerteza que se mantém em relação ao acordo, o grupo Barclays determinou que não pode continuar à espera para implementar a transferência para a Irlanda”. Snowden acrescentou que a operação irlandesa “deve ser legal e que devem estar prontos para conduzir todos os negócios regulamentares relevantes com os clientes até 29 de março”.

A Associated Press avança que além do Barclays e do Royal Bank of Scotland, os bancos Lloyds, Goldman Sachs, Morgan Stanley e muitos outros estão preparados, com instalações fora de Londres, para uma eventual mudança caso o No-Deal Brexit se mantenha. Estas mudanças e incertezas afetam centenas de postos de trabalho e muito milhões de bens, que acabam por afetar a receita fiscal do Tesouro e a reputação de Londres como um centro financeiro. A capital financeira da Alemanha, Frankfurt, é um dos maiores beneficiários do acordo do Brexit.

 

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