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Brexit. Boris Johnson vai impedir que sejam negociadas mais extensões entre Londres e Bruxelas

Proposta de alteração à lei será votada esta sexta-feira. Medida torna ilegal qualquer pedido de extensão das negociações comerciais entre os dois lados, que terão de ficar concluídas até ao fim de 2020.
17 Dezembro 2019, 10h58

Certo de que o mote da sua campanha eleitoral vai ser cumprido, Boris Johnson quer garantir que o Reino Unido não vai pedir mais extensões do Brexit.

A notícia avançada pelo The Guardian, esta terça-feira, explica que os parlamentares em Westminster vão-se reunir esta tarde para avançar com uma emenda à legislação do Brexit que dite que o Reino Unido vai sair da União Europeia em 2020 e não irá estender o período de transição, bloqueado, assim, a possibilidade de haver mais negociações entre Bruxelas e Londres.

Segundo o plano de Johnson, o Reino Unido abandonará o bloco europeu a 31 de janeiro. Uma vez aprovada a lei em causa, entra em ação o período de transição que tem a duração de um ano. Durante esse período, o Reino Unido permanecerá na união aduaneira da União Europeia e no mercado único, mas o governo não terá direito a voto nas instituições do bloco.

Mas tanto o Reino Unido como a UE têm até julho de 2020 para dizerem se esse prazo é, ou não, suficiente. Se houver acordo para uma extensão, as negociações podem estender-se por mais um ou dois anos. E é essa possibilidade que Johnson quer tornar ilegal.

“O nosso manifesto deixou claro que não irá extender o período de implementação e a nova lei no contrato de saída vai proibir legalmente o governo de concordar com qualquer extensão”, explicou uma fonte ao jornal britânico. A nova formação na Câmara dos Comuns deverá reunir-se na sexta-feira para debater e votar na nova emenda do Brexit, anunciou a mesma fonte. Com uma maioria de 80 deputados conquistada nas eleições da semana passada, o Partido Conservador de Boris Johnson não deverá ter dificuldades para fazer aprovar a proposta.

Os trabalhos na Câmara recomeçam hoje, com um calendário que inclui dois dias de juramento dos deputados, seguido pela abertura do Parlamento pelo Estado e depois pelo Discurso da Rainha, na quinta-feira.

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