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Brexit: Empresas britânicas arriscam-se a perder 20% dos trabalhadores estrangeiros

A presumível limitação da entrada de cidadãos do novo sistema de imigração pós-Brexit está a alarmar as empresas que já fizeram chegar à primeira-ministra britânica, Theresa May, a sua consternação.
22 Março 2017, 11h34

Da indústria hoteleira aos serviços financeiros são vários os setores de atividade que estão em risco de perder mais de 20% dos seus trabalhadores, que são de nacionalidade estrangeira, assim que o artigo 50º do Tratado Europeu for acionado e se der início ao processo de separação entre Londres e Bruxelas. A presumível limitação da entrada de cidadãos do novo sistema de imigração pós-Brexit está a alarmar as empresas que já fizeram chegar à primeira-ministra britânica, Theresa May, a sua consternação.

Segundo dados a que a agência Bloomberg teve acesso, os setores de manufatura, transportes e serviços finaceiros podem vir a perder cerca de um em cada cinco trabalhadores. A situação é ainda mais crítica na indústria hoteleira, em que se prevê uma queda de mais de um terço dos recursos humanos, que são na sua maioria cidadãos provenientes de outros países.

“É espectável que o Reino Unido venha a impor um controlo da migração mais rigoroso no futuro [pós-Brexit], o que vai levar a uma redução do número de trabalhadores estrangeiros no país”, afirma Gary Simmons, parceiro da consultora global de recursos humanos Mercer. “Todos os setores de atividade do Reino Unido sofrerão com esta mudança”, salienta.

Face a isso, várias empresas, sobretudo do ramo hoteleiro e alimentício, pedem a Theresa May uma revogão na legislação ou não conseguirão preencher as vagas de emprego necessárias para o normal funcionamento dos serviços. Ao protesto contra a redução da imigração juntam-se os bancos sediados em Londres, que pedem à primeira-ministra que lhes continue a garantir o acesso a trabalhadores qualificados de todo o mundo – cerca de 18% dos trabalhadores dos serviços financeiros não são britânicos.

O Governo de Theresa May iniciar o processo Brexit na próxima quarta-feira, dia 29 de março, entrando depois numa maratona de negociações de dois anos. Por enquanto, não foram revelados pormenores em relação a quais serão os direitos dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido.

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