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Brexit sem acordo é uma possibilidade cada vez maior, diz Boris Johnson

“Acho que precisamos de ser muito claros porque agora há uma forte possibilidade, uma grande possibilidade, de termos uma solução muito parecida com a relação australiana com a UE do que uma relação canadiense com a UE”, apontou Johnson, acrescentando que optar pela relação australiana não significa uma má escolha.
11 Dezembro 2020, 09h52

O primeiro-ministro britânico pediu para que os seus ministros se preparem para uma “forte possibilidade” de um não acordo do Brexit, revela o “The Guardian”. Boris Johnson teme que o Reino Unido fique “preso na órbita da União Europeia” caso seja estabelecido um acordo que não favoreça o país.

Por estar empenhado a atingir um acordo, Boris Johnson comprometeu-se a “ir mais longe”, seja a Paris, Bruxelas ou Berlim, para realizar negociações pessoais com os líderes europeus. Esta declaração aconteceu um dia depois do jantar de negociações com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que notou ainda mais as diferenças entre as duas partes.

“Acho que precisamos de ser muito claros porque agora há uma forte possibilidade, uma grande possibilidade, de termos uma solução muito parecida com a relação australiana com a UE do que uma relação canadiense com a UE”, apontou Johnson, acrescentando que optar pela relação australiana não significa uma má escolha.

Para Boris Johnson, a oferta da União Europeia que se encontra em cima da mesa é inaceitável, uma vez que o Reino Unido não pode ser tratado como o irmão gémeo da União Europeia. “Foi-me dito que esta é uma situação em que o Reino Unido é um gémeo e a União Europeia outro. Se a União Europeia decide cortar o cabelo, o Reino Unido também tem de cortar ou enfrenta uma punição. Ou se a União Europeia decide comprar uma mala cara, então o Reino Unido também tem de comprar a mesma mala ou enfrenta tarifas”, explicou o primeiro-ministro britânico.

Boris Johnson tem até domingo para tentar encontrar um acordo com que esteja satisfeito e que satisfaça as medidas comerciais do Reino Unido, ou arrisca-se a abandonar o bloco dos 27 sem qualquer acordo comercial. O acordo ao estilo australiano, já referido pelo primeiro-ministro por várias vezes, significa que as trocas comerciais podem continuar mas que os bens são taxados.

Com graves repercussões económicas para o país de Sua Majestade, a União Europeia apresentou o seu próprio plano de contingência no caso de não existir acordo, ajudando a que a decisão de Boris Johnson seja mais fácil. No plano de contingência, Ursula von der Leyen permite que o Reino Unido opere voos no território europeu e mantenha as estradas abertas, desde que o Reino Unido colabore também.

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