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Brexit: Transferir trabalhadores pode custar mais de 400 milhões a cada banco

Há também outro problema para resolver, na sequência da passagem dos edifícios e funcionários para outro país: muitos dos trabalhadores visados não querem fazer as malas. As instituições financeiras podem ter que recorrer a pacotes de deslocalização dispendiosos, que incluem custos de habitação, educação e de outros benefícios para facilitar a deslocação.
2 Outubro 2017, 11h13

Os custos da mudança que vários bancos terão de fazer depois da saída do Reino Unido da União Europeia deverão rondr os 500 milhões de dólares (cerca de 425 milhões de euros) cada, de acordo com a estimativa de fontes ligadas ao plano de contingência das empresas, divulgadas esta segunda-feira pela Bloomberg.

A fatura do Brexit será alta para as entidades bancárias que se preparam para transferir centenas ou milhares de funcionários para fora de Londres. “Não há dúvida de que os custos são significativamente maiores do que os bancos originalmente esperaram”, disse Jon Terry, partner e especialista em pagamentos da PwC, à agência.

“Não há pessoas qualificadas suficientes nos mercados locais da União Europeia para atender às necessidades dos bancos, então, terão que contar com uma mudança de pessoal mais cara do que noutros lugares”, explicou ainda o sócio da consultora ao mesmo meio de comunicação social.

No entanto, há também outro problema para resolver, na sequência da passagem dos edifícios e funcionários para outro país: muitos dos trabalhadores visados não querem fazer as malas. “Tenho muitos amigos europeus que vivem aqui [Reino Unido] há décadas, criaram as suas vidas profissionais aqui, têm filhos que cresceram cá e sentem que Londres é a sua casa”, justificou Alex Howard-Keyes, diretor de serviços financeiros da empresa de estudos de mercado Alderbrooke, acrescentando que há funcionários que estão muito relutantes em sair.

Segundo as mesmas fontes, as contas do Brexit para os bancos estão a subir porque as instituições acham mais difícil do que pensavam inicialmente persuadir os londrinos a mudarem-se – e sujeitam-se a contar com poucos profissionais banqueiros experientes nos novos edifícios em Dublin, Paris ou Frankfurt, conforme notam os porta-vozes. Os bancos podem ter que recorrer a pacotes de deslocalização dispendiosos, que incluem custos de habitação, educação e de outros benefícios para facilitar a deslocação.

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