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Bruxelas paga campanha contra eurocepticismo em Portugal

As ações de campanha previstas pela Comissão Europeia em 14 Estados-membros, onde a ambivalência em relação à União Europeia tem prevalecido, visam “repor o conhecimento” sobre a contribuição do projeto europeu para os cidadãos da comunidade.
29 Março 2017, 10h57

A Comissão Europeia vai promover várias campanhas a relembrar a contribuição da União Europeia (UE) para “a melhoria da qualidade de vida”, junto de 14 Estados-membros, onde o euroceticismo está a ganhar terreno junto dos cidadãos. A instituição comunitária tem previstas também ações em Portugal que vão durar até março do próximo ano, cruzando-se com outra campanha do PCP, não pela permanência, mas pela saída do euro.

Depois do Brexit, a Comissão Europeia está preocupada com o despoletar das intenções de outros países em abandonar o Tratado Europeu. Um estudo encomendado pelo órgão legislativo da UE, a que o jornal Público teve acesso, mostra que em média 32% dos cidadãos europeus têm sentimentos ambivalentes (que não são favoráveis nem à saída, nem à permanência) em relação à União Europeia.

Acima da média estão a Finlândia (52%), a Holanda (51%), a Bélgica (47%), a França (41%) e a Letónia (36%), que serão os principais países a serem “intervencionados” pela campanha da Comissão Europeia. Seguem-se a Polónia (29%), a Grécia (28%), a Alemanha (27%) e a Espanha (26%). Em décimo lugar no ranking de ambivalência aparece Portugal, com 25% cuja opinião (ou falta dela) pode ser condicionadas por estas ações de sensibilização da Comissão Europeia.

A França, a Bélgica e a Alemanha foram os primeiros países alvo da campanha em marcha contra o euroceticismo, designada InvestEU, durante o mês de março. Nos outros 11 países onde o euroceticismo está a atrair votos favoráveis, estão a ser feitos os preparativos para que possam começar ainda em abril.

Financiadas por fundos europeus, estas iniciativas visam “repor o conhecimento” sobre a contribuição da União Europeia para os cidadãos da comunidade. As ações de campanha orientam-se de acordo com três objetivos: “chamar a atenção da opinião pública para os investimentos europeus”; “divulgar o papel da UE no crescimento do país e na criação de emprego” e “aumentar a confiança na própria Comissão Europeia”.

Em Portugal, vários empresários, académicos e autarcas estão a receber cartas remetidas pela Comissão Europeia para que se juntem à campanha e lutem pela permanência na União. Numa altura em que o Governo é sustentado por partidos eurocéticos (BE e PCP), a instituição europeia quer espalhar uma mensagem de integração e cooperação através de outdoors, vídeos e uma aposta intensiva nas redes sociais.

Durante o período de campanha em defesa da União Europeia, o PCP vai também sair à rua para dar voz às pessoas que se mostram desiludidas com o projeto europeu, depois da escalada das medidas de austeridade e das estreitas regras de ajuste económico da troika, impostas por Bruxelas.

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