A cidade francesa de Grenoble está em guerra aberta com o Governo por causa de roupas de banho. Agora, foi ao mais alto tribunal administrativo da França para contestar uma proibição imposta à regra do conselho municipal que permite o uso de burquínis em piscinas públicas, segundo a “BBC”.
Antes do processo judicial de terça-feira, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, descreveu a política de roupas de banho de Grenoble como uma “provocação inaceitável” contrária aos valores seculares franceses.
A proibição de burquínis em piscinas estatais também é defendida por razões de higiene. Os homens normalmente são obrigados a usar calções de banho justos. Mas essa regra também não se aplica em Grenoble, onde os homens podem usar calções bermudas.
Os burquínis são usados principalmente por mulheres muçulmanas como forma de defender a sua fé e preservar a sua modéstia. Contudo, a expressão religiosa na vida pública na França tem causado divisões desde 2016, ano em que vários municípios tentaram proibi-lo nas praias por acreditarem violar a separação religião/Estado.
Os funcionários públicos não podem usar emblemas religiosos no trabalho, mas o autarca de Grenoble, Eric Piolle, argumenta que isso não deve implicar que quem usa serviços públicos, como piscinas, se vistam como quiserem. O tribunal deve proferir a sua decisão nos próximos dias.
Os críticos do burquíni veem-no como uma visão separatista da sociedade francesa e argumentam que permiti-lo pressiona as mulheres muçulmanas a usá-lo. Mas aqueles a favor da permissão dizem que as mulheres devem ter a opção de manter os seus corpos cobertos se quiserem e que isso não implica extremismo religioso.