[weglot_switcher]

Burros na bolsa de valores? Sim, na China

Negociações no China Donkey Exchange são feitas por telefone e até agora pelo menos 370 milhões de yuan já foram transacionados em cabeças de burro. O objetivo é encerrar o ano com 1,5 mil milhões de yuan.
31 Março 2017, 15h58

Quando toca a negociar no mercado de valores na China, todo o tipo de mercadoria serve como moeda de troca. À parte as mercadorias típicas, como açúcar, café, trigo ou ouro, a China tem um índice exclusivo para a negociação de venda de burros, cuja procura tem vindo a aumentar desde a última décadas.

Segundo avança a agência Bloomberg, os burros são vendidos por cabeça no índice China Donkey Exchange a 8 mil yuan (cerca de 1.100 euros) e a sua pele é muito procurada para o fabrico de um alimento “mágico”, conhecido como e’jiao, uma espécie de gelatina com reconhecidos benefícios no tratamento da anemia, insónias e problemas como má circulação sanguínea ou menstruação irregular.

Considerada como matéria-prima agrícola, a China produz cerca de cinco toneladas de e’jiao por ano, o que equivale à pele de mais de quatro milhões de animais.

O elevado consumo de e’jiao entre a população chinesa e as dificuldades na renovação dos rebanhos – o período de gravidez pode durar até aos 14 meses –, levaram a que desde o aparecimento do índice há quatro anos, o preço por cada cabeça de burro tenha quadruplicado.

As negociações no China Donkey Exchange são feitas por telefone e até agora pelo menos 370 milhões de yuan já foram transacionados em cabeças de burro. O objetivo é encerrar o ano com 1,5 mil milhões de yuan.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.