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Caixa aumenta lucros 57% para 776 milhões de euros

Excluindo os ganhos não correntes decorridos das vendas das subsidiárias em Espanha e na África do Sul, o lucro corrente atingiu os 632 milhões de euros, o que reflete um crescimento homólogo de 27%.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
31 Janeiro 2020, 17h18

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) aumentou o lucro líquido em 57% face a 2018 para 776 milhões de euros em 2019. Excluindo os ganhos não correntes decorridos das vendas das subsidiárias em Espanha e na África do Sul, o lucro corrente atingiu os 632 milhões de euros, o que reflete um acrescimento homólogo de 27%.

Este resultado extraordinário de 144 milhões de euros deve-se às vendas das subsidiárias internacionais – Banco Caixa Geral em Espanha e Mercantile na África do Sul -, que decorreram da reversão de imparidades constituídas em 2017.

Os lucros líquidos do banco público, liderado por Paulo Macedo, devem-se essencialmente ao resultado líquido registado na atividade doméstica, que atingiu os 449 milhões de euros e que representa um crescimento homólogo de 48% (ou 108 milhões de euros).

Por sua vez, a atividade internacional gerou 183 milhões de euros em lucros, mais 19% face a igual período em 2018. “As operações internacionais têm tido resultados consistentes”, frisou Paulo Macedo.

Ainda assim, a margem financeira caiu 4,3% face a 2019 para 1.132,1 milhões de euros, uma diferença de 51,1 milhões de euros. O banco do Estado explicou esta tendência negativa com a “conjuntura de taxas de juro” que estão em mínimos históricos e também com “os elevados antecipados de crédito por parte de entidades públicas”, como se lê na apresentação dos resultados anuais que foram anunciados esta sexta-feira.

O resultado bruto de exploração registou um aumento de 145,3 milhões, impulsionado pela subida da margem complementar em cerca de 162,5 milhões, onde se destacaram os resultados das operações financeiras, que atingiram os 82,5 milhões, tendo crescido 52 milhões de euros face a 2018.

Do lado dos custos, a CGD reduziu os custos de estrutura em 1,9% para 964,8 milhões de euros. Esta descida explica-se com a queda de 4,3% dos gastos gerais administrativos e de 8,6% dos custos com pessoal.

“O trabalho da redução de custos é um trabalho extremamente exigente. Só uma gestão rigorosa consegue ir item a item fazer essa redução, que é indispensável. Os contribuintes portugueses não nos perdoariam se fizéssemos outras coisas que não tornar a Caixa mais eficiente”, disse Paulo Macedo.

A carteira de crédito a clientes caiu 6,2% face a 2018 e atingiu os 47.974 milhões em termos líquidos. Nos novos empréstimos, a CGD destacou o aumento do crédito à habitação em Portugal, que subiu 514 milhões em 2019 face ao ano anterior, para 2.073 milhões de euros.

“Não obstante a forte progressão da nova produção, esta não foi suficiente para contrariar a redução da carteira, fortemente influenciada pelas vendas de NPLs e pela desalavancagem verificada em alguns segmentos de clientes, nomeadamente no setor público administrativo”, lê-se na apresentação dos resultados.

Em termos produtos, o crédito concedido a clientes caiu 7,9% face a 2018, fixando-se em 50.122 milhões de euros – o crédito a particulares caiu 2,1% enquanto o crédito às empresas caiu 3,6%.

No que diz respeito à carteira do crédito malparado, o banco do Estado reduziu os NPL em 2,6 mil milhões de euros durante 2019. A CGD fechou o ano passado com 2,7 mil milhões de euros em NPL, dos quais 600 milhões líquidos de imparidades. As imparidades para risco do crédito caíram 169 milhões de euros face a 2018, devido ao baixo nível do custo do crédito, que está negativo (-9 pontos base).

Desde dezembro de 2016, a gestão liderada por Paulo Macedo reduziu os NPL em 7,9 mil milhões de euros. O rácio de NPL fixou-se nos 4,7% e, nos NPL com mais de 90 dias, situou-se nos 2,8%. A cobertura por imparidades ascendeu a 117,2%.

Ao nível dos rácios de capital, o CET1 situou-se nos 9,75% (SREP), o CET1 fully implemented fixou-se nos 16,8%.

Na rentabilidade, o ROE atingiu os 8,1%, acima da média europeia de 6,6% compilada pela Agência Bancária Europeia (da sigla inglesa, EBA), datada de setembro de 2019. Segundo o plano estratégico delineado para a Caixa, o objetivo é atingir um ROE em 9%.

No rácio de eficiência, o cost-to-income atingiu os 47%, e já está acima dos 43% definidos para 2020.

(atualizada)

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