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Cambridge Analytica: a empresa desconhecida que expôs as fragilidades do Facebook

A origem da Cambrige Analytica radica na sua ‘holding’, o SCL Group, com 25 anos de existência. No ‘site’ oficial não é possível aceder a dados sobre os órgãos sociais da empresa, o seu desempenho económico-financeiro ou a respetiva estrutura acionista.
21 Março 2018, 15h53

A Cambridge Analytica é uma empresa privada norte-americana, participada do grupo inglês SCL Group, criada em 2013.

Tal como a casa-mãe, opera nas áreas de prospeção e análise de dados, comunicação estratégica e avaliação, com enfoque na análise comportamental.

Com objetivo focado no mercado norte-americano, a Cambridge Analytica tem vindo a intervir em diversas campanhas eleitorais, incluindo a do atual presidente norte-americano Donald Trump.

Um dos seus acionistas é o milionário Robert Mercer, proprietário de um dos maiores ‘hedge funds’ do Mundo e financiador da campanha de Trump, sabendo-se que investiu, pelo menos, 15 milhões de dólares na consultora.

A Cambrige Analytica emprega cerca de 150 funcionários.

Acentuando as suas ligações à ala conservadora do Partido Republicano, o ex-assessor do presidente dos Estados Unidos, Steve Bannon, foi vice-presidente da empresa entre 2014 e 2016.

No Reino Unido, a Cambridge Analytica apresenta como administrador executivo (CEO) Alexander Nix, embora esteja suspenso das suas funções na sequência do escândalo em curso.

Desconhecida do grande público antes de rebentar esta polémica, a Cambridge Analytica já merece uma ficha de três parágrafos na Wikipedia.

A origem da Cambrige Analytica radica, contudo, na sua ‘holding’, o SCL Group, com 25 anos de existência.

Neste caso, SCL significa Strategic Communication Laboratories, ou seja, Laboratórios de Comunicação Estratégica.

No ‘site’ oficial, o Grupo SCL apresenta quatro áreas de atuação: dados, análise, comunicação e avaliação.

“Veja onde a sua campanha está a funcionar e onde não está. Analisamos os resultados de missões específicas criando relatórios aprofundados que podem ser apresentados aos seus ‘stakeholders'”, garante o SCL Group na área dedicada à avaliação.

Uma das campanhas em que o SCL Group parece ter estado envolvido foi no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, do lado dos promotores do ‘Brexit’, que veio a sair vencedor.

A atuação nos ramos da análise comportamental e mudança social são objetivos assumidos do SCL Group, com especial destaque para “influenciar grupos-alvos”.

O SCL Group reclama ter procedido à recolha e análise de dados e definido estratégias para governos e organizações militares em todo o Mundo, sublinhando que conduziu programas de mudança comportamental em mais de 60 países.

No ‘site’ oficial não é possível aceder a dados sobre os órgãos sociais da empresa, o seu desempenho económico-financeiro ou a respetiva estrutura acionista.

Sobre a sua presença geográfica, além do Reino Unido e dos Estados Unidos, o SCL Group tem escritórios em países como Espanha, Brasil, Argentina, Índia ou Dubai, mas também na Turquia, Roménia, Macedónia, Guiana, Gana e Malásia, por exemplo.

 

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