Os colombianos da Clever Leaves vão deixar a sua produção em Portugal, deixando um total de 63 trabalhadores no desemprego.
A empresa produtora de canábis medicinal vai terminar a produção por cá até ao final do primeiro trimestre de 2023, anunciando que vai produzir somente na Colômbia, onde prepara-se para começar a exportar flor seca da canábis para os seus clientes, após 18 meses de cultivo.
Esta é a segunda onda de despedimentos no sector do canábis em Portugal no espaço de duas semanas. A 13 de janeiro, a Tilray anunciou o despedimento de 49 dos 200 trabalhadores na sua unidade em Cantanhede, concelho de Coimbra, segundo a “Lusa”.
“A 17 de janeiro de 2023, a administração da Clever Leaves autorizou um plano de reestruturação que foi desenhado para melhorar as margens operacionais e apoiar os objetivos de crescimento, escala e rentabilidade da companhia. Em conjunção com o seu plano de reestruturação e encerramento em Portugal, a empresa anunciou um despedimento coletivo de 63 trabalhadores associados com as operações portuguesas”, disse hoje a companhia em comunicado.
Este fecho implica perdas entre 19 a 21 milhões de dólares (17,5 a 19,3 milhões de euros) no quatro trimestre de 2022: 700 mil a 900 mil dólares destinam-se a pagar indemnizações e benefícios aos trabalhadores; 12 a 13 milhões de dólares destinam-se a pagar custos com imóveis e equipamentos, incluindo custos de resolução de contratos de propriedade e equipamento; seis a sete milhões de dólares relacionados com a liquidação antecipada de inventários que não serão vendidos.
A empresa espera gerar sete milhões de dólares de poupanças com este encerramento até ao final de 2023, face a 2022.
Em dezembro de 2021, a empresa anunciava que iria aumentar a sua área de produção de dez mil metros quadrados para 24 mil metros quadrados em São Teotónio, concelho de Odemira. Entre os países para o qual exportava encontravam-se o Reino Unido, Austrália, Estados Unidos da América e Israel.
Meses mais tarde, a 22 de fevereiro de 2022, a empresa anunciava uma parceria com a alemã Cansativa para a venda de dois milhões de euros de flor de canábis medicinal.
Cotada em Wall Street, a empresa está hoje a subir 0,4651% para 0,4320 dólares no índice Nasdaq.