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Candidatos ao Parlamento Europeu juntam-se a Manifesto pelo Mundo Rural

Apresentação de manifesto em evento da Associação Nacional de Proprietários Rurais vai contar com Álvaro Amaro, Carlos Zorrinho, Nuno Melo, Paulo Sande e ainda com deputados do PS, PSD e CDS-PP. Tudo em nome dos quatro milhões de portugueses que residem nesses territórios.
11 Abril 2019, 07h30

Os candidatos ao Parlamento Europeu Álvaro Amaro (PSD), Carlos Zorrinho (PS), Nuno Melo (CDS-PP) e Paulo Sande (Aliança) encontram-se entre os subscritores do Manifesto pelo Mundo Rural, que será apresentado pela Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) nesta quinta-feira, às 19h00, no Grémio Literário, em Lisboa. O documento que “pretende abarcar políticos da esquerda à direita, todos os políticos responsáveis e preocupados com a vitalidade e a sustentabilidade do mundo real”, procura ser “um convocar do Governo e da Administração para que façam o seu papel na demonstração da importância dos espaços rurais, e das populações que os suportam, para a sociedade em geral”.

“Acho que falta passar a mensagem de que o mundo rural também vota. Apesar da larga maioria dos deputados ser eleita por círculos eleitorais urbanos, há uma quantidade deles que é eleita pelo mundo rural e pela interioridade”, disse ao Jornal Económico António Paula Soares, presidente da ANPC, que conta ainda com a participação dos cabeças de lista do CDS-PP e da Aliança, bem como candidatos que têm a eleição para Estrasburgo praticamente garantida a 26 de maio, para transmitir que “o desfasamento do poder político com o mundo rural não é total”.

Também no jantar anual da ANPC estarão os atuais deputados Pedro do Carmo (PS), Nuno Serra (PSD) e Patrícia Fonseca (CDS-PP), a presidente do movimento Democracia 21, Sofia Afonso Ferreira, e o presidente da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos. Mas António Paula Soares salienta que, além do PS, PSD e CDS-PP, também o PCP “tem sido um grande apoiante do mundo rural e sabe o que é a sua realidade, ao contrário dos partidos extremistas”.

Além da crítica implícita ao PAN e ao Bloco de Esquerda, o autor do Manifesto pelo Mundo Rural também pensa que “o Governo, dentro das suas vontades e possibilidades, devia fazer mais”.  Apesar de a associação ter uma boa ligação com o Ministério da Agricultura, os seus responsáveis gostariam que fosse mais forte com o Ministério do Ambiente e com o Ministério da Economia.

Perigos do veganismo

Os autores do manifesto afirmam que “os cerca de quatro milhões de portugueses que residem em territórios rurais formam comunidades que têm em geral um grande orgulho no seu modo de vida”. E embora reconheçam que nesse modo de vida “se incluem atividades que por vezes colidem com a sensibilidade de outros concidadãos, como a caça, a pesca, a tauromaquia, a simples utilização de cavalos”, bem como a produção pecuária, fazem “um apelo ao respeito e à tolerância pelos modos de vida das comunidades rurais, pela sua cultura identitária, aspetos que contribuem para a diversidade e riqueza cultural e para a formação da identidade nacional”.

“As cidades, vilas e aldeias nas zonas rurais continuam a envelhecer e a perder habitantes, a perder capacidade de representação, a perder capacidade de trabalho e vitalidade, comprometendo a sustentabilidade dos territórios rurais, da paisagem e dos recursos naturais”, lê-se no manifesto, que aponta para uma “ligação direta entre o despovoamento e a negligência às zonas ruais com o surgimento de partidos populistas e extremistas”.

No topo das preocupações dos autores do texto estão o animalismo e o veganismo, “correntes das quais têm surgido os maiores ataques ao mundo rural, quando deixam de ser uma questão de liberdade de opção de cada indivíduo e passam a uma ditadura, como o pretendem impor correntes extremistas, fundadas e exploradas por grupos que resultam do desfasamento, afastamento e alheamento da realidade dos espaços rurais”.

No entender de António Paula Soares esses movimentos estão “claramente exponenciados no mundo virtual”. “Em manifestações públicas vê-se o número de pessoas que movimentam e que é expressamente inferior ao que se tenta transmitir nas redes sociais e na comunicação social”.

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